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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A igreja e os VIP´s - Tg 2. 1 – 13

VIP – Very important person

Esse conceito ou tratamento é algo que Deus abomina. Tratar determinado grupo social com mais honra do que outros.

No texto de Tiago vemos claramente. Vejamos os motivos pelos quais não deve haver acepção de pessoas na Igreja.

1) Incompatibilidade da fé em Jesus e a discriminação de pessoas.

1 Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.


Senhor da glória – O titulo dado por Tiago a Jesus é: Senhor da Glória. Ele faz isso para estabelecer um contraste com a gloria externa dos ricos que recebiam honras humanas. Jesus tem a gloria eterna, homens não.

Glória ao homem e não a Jesus Cristo - O fato de homens estarem fazendo acepção de pessoas, demonstrava que retiravam a glória que somente deve ser dada a Jesus e a transferiam aos homens.

Glória a Jesus vs Glória as bênçãos - A medida que valorizamos mais a glória de Jesus, menosprezamos o desejo humano de glorificar as coisas criadas pelo próprio Deus. A riqueza é benção de Deus, mas não deve ser glorificada acima de Deus.

Fé em Jesus Cristo – A nossa fé em Jesus deve ser o constante caminhar olhando para Jesus, nos impressionando com a glória Dele, porque ele é o Senhor da própria glória. Se fizermos acepção de pessoas estaremos perseguindo a opaca glória externa do homem.

2) Uma situação: Tratamento e julgamento pela aparencia

2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso, 3 e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, 4 não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos?

A cena é dentro da Igreja – Tiago escreve que a situação se passa numa sinagoga porque os primeiros cristãos eram judeus de nacionalidade, e ainda a diferença entre cristianismo e judaísmo era muito tênue.

A aparência dos homens (v. 2)

O rico - O homem rico entra na igreja, a descrição feita dele mostra que tinha um anel no dedo e trajes de luxo, sinais de alguém muito importante com poder, prospero, de linhagem real ou nobre (Gn 41. 42; Et 3. 10; Mt 11. 8; Lc 15. 22; 16. 19; At 12. 21). Seneca - ``ricos traziam mais de um anel em cada dedo´´ Clemente de Alexandria - ``era permitido aos Cristãos ricos apenas um anel, e mesmo assim que tivesse símbolo de pomba´´.

O pobre – O homem pobre entra na igreja com roupas sujas fazendo um contraste com as roupas finas, do homem rico. A possibilidade de que em uma mesma igreja terem ricos e pobres era real. O cristianismo trouxe essa quebra de barreiras tão evidente no primeiro século, não só social, mas como racial e gênero, judeus e gentios, homens e mulheres.

O tratamento aos homens (v.3)

O tratamento ao rico – O tratamento com deferência ou de maneira especial (NVI) da parte dos membros da igreja, fez com que o homem rico fosse levado a um bom lugar, talvez na frente, ou no fundo para que não fosse importunada. O certo é que escolheram um lugar bom, para que o homem rico se sentisse bem.

O tratamento ao pobre – O contraste é radical. Ao homem pobre é indicado um lugar onde tenha que ficar em pé, provavelmente no fundo da congregação. A outra opção que ele tinha, se não gostasse da primeira, era uma situação de humilhação. Sentar-se no estrado dos pés, um lugar preparado para descansar os pés. No contexto Bíblico estrado dos pés significa o lugar dos vencidos, submissos e derrotados, um lugar de humilhação. (Mt 5. 35; Lc 20. 43; Hb 10. 13; tratamento de Simão a Jesus – Lc 7. 44 – 46).

Ser rico é problema?: O problema não era ter alguém rico na comunidade ou receber a visita de alguém importante. O problema que Tiago quer corrigir é a postura no tratamento para com os ricos em detrimento no tratamento para com os pobres. Fazer a distinção pelas vestes, a glória das brilhantes roupas e as roupas sujas.

Julgamento interesseiro – O que levava fazer a distinção entre os homens era o perverso pensamento no momento de julgar. Os interesses que haviam por trás de cada tratamento era fruto de um coração pecaminoso. Que esperavam que com o tratamento especial aos ricos, receberiam um beneficio futuro ou uma honra a ser recebida publicamente em alguma ocasião posterior.

3) Deus não escolhe pela aparência.

5 Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?

Deus também escolheu os pobres - A maneira de Deus escolher não é pelas aparências externas como o homem faz. Se Deus tivesse os mesmos critérios humanos, os pobres para o mundo não seriam escolhidos, e provavelmente os que faziam discriminação dos pobres também não seriam escolhidos porque eram pobres. I Co 1. 26 – 29.

Ricos segundo Deus, não segundo o mundo – Nossa vida deve ser rica no ponto de vista de Deus. Os nossos critérios de bem sucedidos deve ser os critérios de Deus para o sucesso. Deus não se impressiona com as aparências deste mundo. Por isso nossa alegria deve ser em ver que Deus nos escolhe independente do que tenhamos para que sejamos ricos Nele.

Esperança de um reino futuro – O que devemos esperar é o reino futuro que nos foi prometido. Somos herdeiros desse reino, participaremos plenamente das riquezas do reino futuro

A teologia da prosperidade – Pregam uma riqueza segundo o mundo, esperam um reino presente! Logo invariavelmente o tratamento e o julgamento de homens será segundo o mundo.

Mt 6. 19 - 20

19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; 20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; 21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

4) Porque exaltar os ricos se eles menosprezam os que temem a Deus?

6 Entretanto, vós outros menosprezastes o pobre. Não são os ricos que vos oprimem e não são eles que vos arrastam para tribunais? 7 Não são eles os que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado?

Denuncia como o profeta Natã – Como o profeta Natan denunciando o erro de Davi, depois de lhe contar uma pequena ilustração. Assim após Tiago discorrer sobre a discriminação de pobres e ricos, ele aponta o dedo e diz: Vocês estão desonrando os pobres.

Os ricos – uma generalização da classe indicando que o espírito mundano dos ricos leva ao abuso de poder da parte dos ricos dominando e processando os mais pobres.

Difamando o nome de Cristo – Os ricos arrastavam os cristãos aos tribunais. Ex. At 16. 16 – 21

5) Quem não ama ao próximo sofrerá no Juizo.

8 Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem; 9 se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo argüidos pela lei como transgressores. 10 Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. 11 Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei. 12 Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade. 13 Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo.

Transgredindo a lei – O ultimo alerta de Tiago foca o quebrar da Lei. Talvez alguém poderia se considerar um bom religioso, cumprindo todos os mandamentos. Até mesmo alguém que se gabava de ser um bom evangelista fazendo com que ricos se sentissem bem indo à igreja. Mas, rejeitava os pobres da Igreja quebrando assim a lei do rei – Lv 19. 18.

Quebrando um mandamento – Apenas quebrando um mandamento se tornavam culpados de toda a lei. Tiago quer humilhar o religioso mostrando que todo o seu zelo na lei é invalidado pela sua acepção de pessoas, e assim ele é culpado perante a lei de Deus.

Toda a lei tem a mesma procedência – Aquele que deu um mandamento foi o mesmo que deu os outros mandamentos.

Acepção de pessoas equivale o assassinato – Jesus revela a intenção mais profunda do coração, matamos não somente quando vemos o corpo estendido no chão, mas quando em nosso coração desprezamos alguém (Mt 5. 21 – 22). Extremo valor dado ao pecado sexual e não à acepção de pessoas não livra ninguém da condenação da lei.

Julgamento justo no dia final – No ultimo dia então se conhecerá o verdadeiro e o falso cristão. As intenções do coração serão reveladas a confissão e a pratica serão comparadas e julgadas à luz de Cristo Jesus – aquele que traz a lei da liberdade expressada nos evangelhos.

Pela misericórdia seremos salvo do juízo - Devemos usar de misericórdia para com os pobres porque nós seremos salvos pela misericórdia de Deus.

CONCLUSÃO

O pecado da acepção de pessoas é levado muito a serio na Bíblia. Ele indica a futilidade dos desejos humanos, se impressionarem com o que passageiro. Devemos nos impressionar com a Glória de Cristo e nos guiarmos no nosso dia-a-dia pela misericórdia concedida a nós. Apesar das diferenças sociais precisamos tratar a todos como iguais.

Para pensar

1) Como temos tratados os pobres de nossa igreja?

2) Temos dado especial honra aos ricos em detrimento dos pobres?

3) A misericórdia de Deus em vista nos nossos relacionamentos sociais?

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