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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Derrotando as barreiras das pseudo-leis de Deus. Mc 2. 23 – 3. 6

No texto de Mc 2. 23 - 3. 6 vemos Jesus em confronto aberto e direto com os Fariseus por causa do Sábado. No 1º Confronto (2. 23 – 28) Os discípulos de Jesus estão colhendo espigas no dia de Sábado. No 2º Confronto (3. 1 – 6) Jesus cura, em dia de Sábado, um homem, que tinha uma das mãos ressequida.
A ênfase do texto não é mostrar que Deus mudou o Dia do Senhor que antes era o Shabat Judaico para o Domingo Cristão. O que Marcos quer enfatizar é a dureza do coração dos Fariseus, que haviam construído uma serie de leis secundarias a partir da Lei que Deus havia dado ao homem desde Genesis e (Gn 2. 1 - 2) e depois expressa claramente nos dez mandamento (Ex 20. 8). Vemos depois criação da Mishnah (tradição oral), que explica as Leis de Deus com mais detalhes. Em relação ao sábado foram classificados em 39 obras que não poderiam ser feitas no dia de Sábado. Depois disso encontramos o Talmud que são explicações de vários rabinos sobre a religião judaica, que sobre o sábado ensinam uma interminável lista de coisas que deveriam ser observadas detalhadamente. Por Exemplo, não cuspir no chão, porque poderia ser considerado como regar a terra, e isso é um trabalho.
Deus havia dado ao homem uma lei para que trouxesse alegria e satisfação por poder descansar. Mas, o homem a tornou um peso excessivo, que transformava o dia de Sábado em um grande tirano, que escravizava homens com rituais intermináveis, impedindo de verem o verdadeiro sentido do Sábado.
No primeiro confronto os discípulos de Jesus colhiam espigas e as comiam. Os fariseus seguindo Jesus Cristo, não para aprender mais sobre Ele, mas para o observarem minuciosamente e ter algo para condená-lo. Como fizeram anteriormente condenando os discípulos de Jesus por não jejuarem. Agora, percebem que os discípulos quebram o grande e mal interpretado Sábado. A cegueira deles era tão grande, que nem mesmo aquilo que estava registrado nas Escrituras, sobre o comportamento de Davi em uma situação de necessidade. Jesus então refrescando a memória dos Fariseus e diz: Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam com ele? (Mc 2. 25 – 26). Davi havia feito algo que não era lícito, exceto para os sacerdotes, que comiam os pães da proposição uma vez por semana. Mas, em um caso onde havia extrema necessidade e para beneficio dele e de seus homens, eles comeram os pães da proposição. Assim mesmo o dia do Senhor foi criado para trazer beneficio ao homem e não para escravizar o homem (Mc 2. 27). E quem ordenou que fosse assim foi o próprio Jesus Cristo, porque Ele também é senhor do Sábado (Mc 2. 28). Portanto, o que os discípulos estavam fazendo, era cumprir justamente aquilo que Deus esperava em relação ao sábado, que homens pudessem encontrar descanso em Jesus e não nas leis que haviam sido criados pelos falsos interpretes da Lei.
O segundo confronto (Mc 3. 1 – 6) mostra Jesus entrando em uma sinagoga no dia de Sábado, novamente estavam os fariseus atentos a cada movimento de Jesus. Dentro da sinagoga estava um homem que tinha uma das mão ressequida, não se sabe se era uma deficiência de nascimento ou adquirida por algum acidente. O fato era que essa mão ressequida impedia que um homem do primeiro século desempenhasse normalmente qualquer atividade laboral. Os fariseus queriam ver se Jesus teria coragem de curar no sábado. Como se Jesus fosse um profissional da cura, um curandeiro que estava procurando trabalhar no sábado. Jesus chama o homem da mão ressequida, e queria que o homem ficasse em um local onde todos pudessem ver e ouvir claramente o que aconteceria naquele lugar. Jesus certamente o curaria. Mas antes de curar Jesus revela a intenção do coração dos fariseus quando pergunta: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? (Mc 3. 4). Jesus com a pergunta está mostrando que Ele queria fazer o bem e os fariseus o mal. Jesus queria salvar uma vida e os fariseus queria tirar a vida de Jesus. O sentido do sábado novamente é visto na intenção de Jesus e falsidade do coração dos fariseus é revelada. Por culpa das inúmeras leis que eles haviam criado, o bem e o salvar vidas era algo proibido. Então Jesus cura o homem e em vez de alegria nos corações daqueles fariseus, a intenção de matar Jesus se torna maior ao ponto de fazerem aliança com os herodianos para poder matar a Jesus.
O que Jesus nos ensina com esses confrontos que ele teve com aqueles fariseus é mostrar como o legalismo, rituais, tradições de homens podem muitas vezes nos distanciar do verdadeiro sentido daquilo que Deus nos tem dado como mandamento. O sábado era para mostrar o descanso real em Jesus Cristo. De como Jesus vai de encontro aos pecadores com fim purificá-los, e não seria uma lei imposta pelos falsos mestres que impediria de Jesus Cristo cumprir seu objetivo.
Temos visto inúmeras vezes como a missão dada pelo próprio Jesus Cristo, de levarmos o evangelho a homens que andam distantes do Deus santo, por causa do terrível pecado. Tem sido impedida por causa de leis que são construídas ao longo dos anos por homens até bem intencionados, mas que não passam de invenção humana. E por isso vemos um evangelho que não tem sido pregado em todos os lugares para todas as pessoas simplesmente porque não cheiram, não se vestem, não conversam como os cristãos. Vemos igrejas que esperam que as multidões mudem suas vidas, antes de pensarem em ir para uma igreja, que mudem seus hábitos, que cortem seus cabelos, que tirem os piercings e brincos, que deixem seus vícios e aí sim poderão entrar em uma igreja. Tradições inúteis dos judeus impediram que homens entendessem o verdadeiro sentido do sábado, assim não faziam o bem e nem salvavam vidas. Não deixemos que nossas tradições se tornem inúteis e nos empeçam de cumprir a missão de Cristo, que é salvar vidas e não tira-las.

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