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terça-feira, 6 de junho de 2017

O começo de um grande acontecimento - Mc 1. 1 - 8

Um Pescador possuía uma perola valiosíssima debaxo do seu colchão: Imagine dormir sobre uma grande fortuna por 10 anos sem se dar conta disso? Foi exatamente o que aconteceu com um pescador filipino, que, após encontrar esse tesouro, resolveu guardar a imensa pérola embaixo do colchão, como um amuleto.
Essa, que pode ser a maior pérola já encontrada, tem nada menos que 34 quilos e mais de 1 metro de comprimento!
Aileen Cynthia Maggay-Amurao, oficial de Turismo da cidade, disse que o pescador encontrou a preciosidade quando o seu barco ficou preso nas ilhas Palawan durante uma tempestade. Mesmo considerando o achado incrível, ele resolveu guardá-lo todo esse tempo e o mundo só tomou conhecimento da pérola por acidente: a casa do pescador pegou fogo e, ao vasculhar os escombros, ele encontrou o seu “amuleto” e resolveu entregá-lo para o centro de turismo.
Foi aí que o homem foi surpreendido com o valor da peça: 320 milhões de reais!
Segundo os responsáveis pelo centro, é bem possível que essa seja a maior pérola gigante natural do mundo, e ela deverá ficar em exposição no New Green City Hall, na cidade de Puerto Princesa.[1]

O perigo de não darmos valor a grandes coisas que estão bem diante de nós. Marcos está começando seu evangelho demonstrando que a vinda de Jesus é um grande acontecimento.
  
·         Principio do evangelho:
1.      Principio:
a)      Principio do que Jesus fará: O livro todo relata o evangelho de Jesus Cristo, que provém dele. Mas o principio da boa noticia que vem de Jesus refere-se a como começou o evangelho que foi trazido por Jesus, a partir de João Batista até a tentação de Jesus no deserto.  Isto é, aquilo que é  relatado nos v. 2 – 13, como um pano de fundo de todo o evangelho.  (V. 2 – 8: João Batista abrindo caminho para a chegada do Cristo. V. 9 – 13: O Cristo iniciando seu ministério).
A este argumento Hendriksen argumenta, que Pedro pregando na casa de Cornélio (de quem Marcos aprendeu sobre a vida de Jesus) começou  falando de João Batista antes de falar sobre Jesus  (At. 10. 34 – 43, ver 37). (Hendriksen, p. 49).

2.      Do evangelho
a)      Para gregos e  romanos: O termo Grego euanggélion  ("evangelho") tinha um tom alegre, pois estava associado à proclamação de um comunicado político ou de uma vitória militar que resultara em benefícios para muitas pessoas. Sob essa perspectiva, o "evangelho" alerta os leitores ao anúncio de um evento histórico que trará resultados benéficos para a humanidade. (Mulholland, p. 19).
b)     Para judeus: [evangelho] palavra tem um significado profético para aqueles familiarizados com o Antigo Testamento. Isso lembra a promessa de boas novas (Is 61.1 s), renovando a esperança de que, por meio do seu servo ungido, o Espírito do Soberano Deus proclamará a libertação dos oprimidos (cf. Lc 4.17ss). Ele traz a segurança de que Deus está presente (Is 40.9), e está no controle (Is 52.7). (Mulholland, p. 19)

3.      Do homem-Deus
a)      Jesus Cristo, o homem escohido: No princípio de seu Evangelho, Marcos une os dois termos Jesus Cristo. Tendo declarado que Jesus é o Cristo, o Messias prometido por Deus por intermédio dos antigos profetas.. (Mulholland, p. 20)

b)     O filho de Deus: Jesus é chamado o Filho de Deus.
·         Pelo próprio Deus (no princípio 1.11, e perto do meio do livro, 9.7), e
·         Por um homem, o centurião encarregado da Crucificação (perto do final dolivro, 15.39).
·         Ele é o Filho de Deus. Isso é afirmado muitas vezes, de modo a sublinhar sua importância.
·         E ao longo do livro de Marcos as obras de Jesus atribui a ele divindade.
·         O restante das Escrituras apontam para o fato que Jesus é o filho de Deus. (Is 9.6; Mt 28.18; Jo 1.1-4; 8.58; 10.30, 33; 20.28; Rm 9.5; Fp 2.6; Cl 1.16; 2.9; Hb 1.8; Ap 1.8).

·         O anuncio da chegada de um soberano: Jesus será apresentado ao longo do evangelho, como o poderoso filho de Deus, totalmente homem, mas também totalmente Deus.  Ao iniciar o seu relato Marcos inicia com um anuncio real transmitido por um batedor oficial:
Quando um rei está para chegar, normalmente se faz preceder de um mensageiro. A função do mensageiro é a de preparar o caminho para o rei, e proclamar sua vinda ou chegada.  (Hendriksen, p. 48)

1.      A vocação de João Batista: João era filho de Zacarias, um sacerdote. Zacarias era um homem idoso, casado com Isabel, prima de Maria, e não tinham filhos. Deus promete dar um filho a Zacarias e Isabel e esse menino precederia ao Senhor na salvação que traria ao povo (Lc 1. 17,  76 – 77).
2.      João aparece logo no inicio  do relato de Marcos: Diferente de Mateus e Lucas, Marcos inicio o seu relato a partir do ministério de João Batista, assim como o faz João após um prólogo.
a)      Mateus começa a sua história com uma lista dos ancestrais, a concepção, o nascimento e a nomeação de Jesus.
b)      Lucas (após uma introdução dedicatória) começa com uma narração do nascimento de João Batista.
c)      João, por seu turno, começa com a lembrança de que “o Verbo”, isto é, Jesus Cristo, já existia “no princípio”, ou seja, por toda a eternidade, e tornou- se encarnado.
3.      João registrado em Josefo: Josefo, historiador judeu que escreveu na segunda metade do primeiro século d.C., também se refere ao Batista. A referência que ele faz a João relaciona-se com uma descrição do governo de Herodes Antipas, que mandara matar o profeta. Josefo descreve João como personagem popular entre as massas, muito respeitado por sua piedade e seu forte apelo à retidão; esta evidência do impacto causado por João sobre a Palestina do primeiro século pode ajudar-nos a entender por que os evangelhos ligam o Batista a Jesus de modo tão explícito. (Hurtado, p. 26)

Portanto, marcos está dizendo que o aparecimento de João Batista prenuncia a chegada de um grande soberano, que iniciará uma grande conquista.

Vejamos como João Batista prepara o caminho para Jesus Cristo é o poderoso filho de Deus.

1)      JOÃO BATISTA MARCA O INICIO  DO MAIOR ACONTECIMENTO DA HISTÓRIA (V. 2 – 3)
a.      O principio, Profecia de Isaias: As profecias do AT testamentos apontavam para a redenção de Deus que viria para o seu povo. Hurtado comenta que a inserção das profecias servem para mostrar que Jesus e João Batista não surgiram do nada, mas foram pré-anunciados pelas profecias do AT, o que revelam claramente a continuidade da obra de Deus . (Hurtado, p. 24)
b.      Conduzindo para uma libertação maior : As profecias despertam expectativas dormentes por muito tempo. Juntos eles dizem: "Deus está para agir". Conseqüentemente, aparece Jesus. (v.9).
                                                              i.      Citando as profecias: Marcos ligou Êxodo 23.20, conforme expresso em Malaquias 3.1 e Isaías 40.3.
a.      Êxodo 23. 20: O povo de Israel foi liberto do Egito e Deus promete conduzir o seu povo durante a sua caminhada até chegar a terra que lhes havia prometido. Vencendo os inimigos em suas batalhas, concedendo fertilidade e exapandindo cada vez o seu território. (Ex 23. 20 – 33)
b.      Isaias 40. 3: 800 anos após o povo de Israel ter saído do Egito, eles estavam cativos na Babilônia. Mas Deus, depois de haver purificado o seu povo, promete que os conduzirá novamente para a terra prometida, iniciando um novo e grandioso momento para o povo.  Na profecia de Isaías fala de uma voz. (Is 40. 1 - 12)
                                                                                                  i.      Voz do que clama o deserto: O próprio João Batista se identifica como sendo a voz do que clama no deserto, quando questionado que ele era. (Jo 1. 23).
                                                                                                 ii.      Deus clama no deserto e sua voz é João Batista.
c.       Malaquias 3. 1 – O povo já está na terra de Israel a cerca 100 anos depois de ter voltado do cativeiro da Babilonia. Mas Deus ainda está falando de um novo tempo e da necessidade de se santificar para esse tempo, que será de juízo e purificação. E esse tempo será iniciado quando um mensageiro vier.
                                                                                                  i.      Preparai o caminho  e Endireitem o caminho: Significava que aquilo que era indigno de Deus deveria ser retirado da vida deles, para se prepararem para receber ao Senhor.
c.       Deus iniciou o grande acontecimento na história da humanidade:
1.      Deus aponta para um resgate maior do que o do Egito e da Babilônia.
2.      Deus conduzirá o seu povo para uma nova Canaã celestial.
3.      Deus iniciará um juízo mais severo o qual jamais foi visto.
4.      Deus purificará o seu povo de uma forma perfeita e eterna.
Aplicação
·         O maior acontecimento da sua vida é a vinda de Cristo? É por esse acontecimento que todas as demais coisas ganham sentido real?

2)      JOÃO BATISTA DENUNCIA O MAIOR PROBLEMA DA HUMANIDADE (V. 4 – 5)
O local, a mensagem, o sinal e a resposta do povo diante de João, apontam para a principal barreira do ser humano para aproximar-se diante de Deus.
a.      O Deserto, um cenário de provação: Apareceu João batizador no deserto (v. 4): Apesar de já sabermos de quem  Marcos está falando, ele revela o nome de João apenas aqui no v. 4., dizendo que apareceu João, aquele que batizava, no deserto.
                                                              i.      O deserto da Judéia: Hendriksen descreve essas terras como: “um termo que indica as terras ruins e ondulosas localizadas entre o lado ocidental das montanhas da Judéia e o Mar Morto, e a parte oriental do baixo Jordão, descendo do norte até o ponto onde o Rio Jaboque desagua no Jordão. É, realmente, uma desolação, com uma vasta extensão de terra ondulada e infrutífera. O solo é formado por rochas porosas e de pouca resistência e coberto com ervas daninhas, pedras e rochas. De vez em quando pode se ver um pouco de vegetação, com serpentes rastejando por debaixo dela.” (Hendriksen, p. 54)
                                                            ii.      Um novo êxodo: O deserto lembra a experiência de Israel quando, livres da escravidão do Egito, os israelitas foram disciplinados por Deus na preparação para a entrada na terra prometida. Agora Deus está começando um novo Êxodo. Separando-se da vida religiosa fácil e institucionalizada, multidões vão ao deserto para ouvir a João. (Mulholland, p. 22).
b.      O batismo, um sinal de purificação: João batizador (v. 4): João traz um sinal conhecido naqueles dias, praticado por diversos motivos. Mas todos apontavam para a necessidade do homem de ser purificado de suas impurezas morais.
                                                              i.      Batismo de prosélitos: Não era incomum o batismo com água, mas para prosélitos. Mas João está convocando  o próprio povo de Deus, filhos de Abraão para serem batizados, indicando que eles também deveria ter uma vida pura. 
Chamando os judeus, como indivíduos e como nação, para voltarem-se a Deus, João prega imersão (baptizon) como uma expressão do arrependimento. Como acontecia aos gentios, que eram batizados ao converterem-se ao Judaísmo, os judeus que confessam estar alienados de Deus são batizados por João. (Mulholland, p. 22).
                                                            ii.      Batismo dos esênios: A comunidade de Qunrã, contemporânea de João, tinha seus batismos de purificação. Mas pouco tem a ver com o batismo de João.
                                                          iii.      Rituais de purificação dos sacerdotes: Joachim Gnilka relaciona às purificações realizadas no templo. (Gnilka, p. 39)

c.       A proclamação, um chamado para arrependimento e perdão: pregando batismo de arrependimento e perdão de pecados (v. 4): A mensagem de João era compatível com as profecias sobre ele, ele estava endireitando as veredas, chamando a que o pecado fosse deixado para traz.
                                                              i.      Arrependimento (metanoia) mudança de mente e prática: Uma nova atitiude de mente e coração (metanoia). A palavra metanoia, denota uma mudança radical de disposição mental que conduz a uma mudança prática em todos os ambitos da vida. O evangelho de Lucas explica como deveria ser esse arrependimento segundo o próprio João Batista:
a.       Lc 3. 1-14: 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. 10 Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que havemos, pois, de fazer? ... 11 Respondeu-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo.  12 Foram também publicanos para serem batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos de fazer?  13 Respondeu-lhes: Não cobreis mais do que o estipulado. 14 Também soldados lhe perguntaram: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo. 
2.      Perdão de Pecados: Ao se arrependerem dos seus pecados João dizia que eles eram perdoados. Não apenas por serem batizados, mas segundo a promessa de que ao ser confessado os pecados somos perdoados (Sl 31; Jo 1. 29).

d.      A confissão de pecados, como sinal de arrependimento (v. 5): Uma vez que João pregava batismo de arrependimento de pecados, vemos que povo respondia à mensagem de João de maneira muito pratica.
                                                              i.      Avivamento na Terra da Judéia e Habitantes de Jerusalém: Depois de 400 anos o povo de Israel se viu diante de verdadeiro avivamento, mas diferente de qualquer haja havido antes. Hernandes Dias Lopes destaca como isso era um contraste com a frieza espiritual vivida pelos partidos e grupos daqueles dias que nada aportavam para uma verdadeira esperança para a salvação do povo de Israel (Lopes, p. 26).
                                                            ii.      Estavam sendo batizados: Uma demonstração visível do arrependimento.
                                                          iii.      Enquanto confessavam seus pecados: Uma demonstração audível do arrependimento. O tempo verbal da palavra confessar é o particípio, ou seja, Enquanto eram batizados concomitantemente confessavam os seus pecados.  
Aplicação
·         O principal problema da humanidade é o pecado, confessar o pecado e deixa-lo é a maior necessidade.
o   Três niveis da confissão: Barclay  diz que a confissão de pecados deve ser diante de três pessoas (Barclay, p. 18):
§  Alguém deve confessar-se a si mesmo. Forma parte da natureza humana que fechemos os olhos ao que não queremos ver, e sobretudo, por essa mesma razão, fechamos os olhos a nossos pecados. Alguém conta o primeiro passo de um homem para a graça. Não há ninguém no mundo que nos resulte tão difícil enfrentar como nós mesmos. E o primeiro passo para o arrependimento e para uma correta relação com Deus é admitir nosso pecado ante nossa própria consciência.
§  Deve-se confessar a todos aqueles a quem se ofendeu. Não valeria de muito dizer a Deus que lamentamos nosso passado, a menos que também vamos com as mesmas palavras a todos aqueles a quem tenho causar pena, ofendido ou machucado. É necessário eliminar as barreiras humanas antes de que caiam as barreiras que nos separam de Deus. Pode, com muita freqüência, ocorrer que seja muito mais fácil confessar um pecado a Deus que confessá-lo aos homens. Mas não pode haver perdão sem humilhação.
§  Deve confessar-se diante de Deus. O fim do orgulho é o princípio do perdão. Quando alguém diz: "pequei", é quando Deus tem a oportunidade de dizer: "Eu te perdôo." O homem que quer encontrar-se ante Deus em igualdade de condições não descobrirá o arrependimento, a não ser aquele que em humilde contrição e murmurando envergonhado diz: "Deus, tenha misericórdia por mim, pecador."

3)      JOÃO ANUNCIA A ALGUÉM MAIS O TODO-PODEROSO (V. 7 – 8)

a.       João, o Elias prometido: Para ressaltar a importância do que João estava fazendo, já no AT testamento se falava de um novo Elias que viria. João é esse novo Elias.
                                                              i.      Vestimentas de Elias: Marcos descreve propositadamente a comida que João comia e as roupas que vestia (v. 6), em termos que nos remetem à roupa de pelos e o cinto de couro de Elias.
a.       2 Rs 1. 8:  Eles lhe responderam: Era homem vestido de pêlos, com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tesbita.; (QuandoAcazias pergunta como era o homem que havia interceptado seus mensageiros que foram consultar aBaal-zebube)
b.      Parecia uma vestimenta típica dos profetas: (Zc 13.4).
                                                            ii.      Malaquias disse que o Dia do Senhor seria precedido pela vinda de Elias: 
a.       Ml 4. 5: Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR
                                                          iii.      Um anjo diz que João virá no poder e espirito de Elias:
a.      Lc 1. 13-17 : Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João. 14 Em ti haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento 15 Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno.16 E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.17 E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado.
                                                          iv.      O próprio Jesus diz que João Batista era o Elias:
a.      Mat 11:13-14: Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir.
b.      Mat 17:10-13 :  Mas os discípulos o interrogaram: Por que dizem, pois, os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? 11 Então, Jesus respondeu: De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas. 12 Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles.13 Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista.(Mc 9. 11 – 13)

b.      Um humilde Profeta do deserto: Mas a apesar da importância de João como precursor ele descrito em traços simples e humildes.  A descrição das vestimentas e alimentação ressaltam o fato de que João era uma pregação viva contra os excessos do pecado.
                                                              i.      A vestimenta simples: Uma vestimenta pratica para o deserto e simples como foi descrita por Jesus (Mt 11. 8).
                                                            ii.      A alimentação simples: A alimentação de João Batista consistia em mel silvestre e gafanhotos. O mel era facilmente encontrado no deserto debaixo das rochas ou entre as rochas (Dt 32. 13). Quanto aos gafanhotos para a civilização ocidental é algo estranho, mas era extremamente normal naquela região (até hoje) e permitido por Deus (Lv 11. 22).  Hendriksen cita um ditado latim; “De gustibus non dispuntandum est” (Gosto não se discute). (Hendriksen, p. 58). Gnilka argumenta que era apenas a refeição comum dos que habitavam no deserto. (Gnilka, p. 40)
c.       Importância x Humildade:
                                                              i.      A importância de João nos evangelhos: A importância da vinda de João é tão importante que foi registrada em todos os evangelhos. (Mt 3.1-12; Lc 3.4-18; Jo 1.6-8, 15-28). Há muitos acontecimentos no ministério de Jesus que são omitidos ou resumidos, mas o ministério de João é uma parte fundamental do que Cristo iria fazer, porque João prenunciava a vinda do novo tempo que viria.
                                                            ii.      João reconhece a sua indignidade: João não era digno de soltar as correias da sandália de Jesus.  João sabia exatamente qual era o seu lugar e sua importância, apesar de ser enviado como um profeta que prenunciava um grande acontecimento na história da salvação, João é humilde. (Jo 3. 30).
1.      Servos desatavam sandálias: Era um costume os escravos desatarem as sandálias de seus senhores depois que chegassem em casa, para lavarem os seus pés sujos da poeira e posteriomentes lavarem as suas sandálias (Lc 8. 44 – 46; Mt 3. 11
2.      Distinção entre “Discípulo” e “Servos”: tradição ensina que a diferença entre os dois é a seguinte: O discípulo estava pronto para fazer qualquer serviço para o seu mestre, que o servo humilde também realizava, com a exceção do desatamento das correias das sandálias. (Hendriksen, p. 59)
a.       João se considera menos que um servo  humilde, pois não tinha dignidade de fazer o mais humildes dos serviços prstados a um senhor.

                                  iii.      Jesus é o mais poderoso:
1.      Jesus batizará com o Espírito Santo: João fala do que Jesus fará com muito maior poder, do que apenas o sinal externo da regeneração, derramando água. Jesus derramará do Espírito Santo de uma forma nunca visto antes, dando cumprimento a salvação prometida desde Adão.
a.      Cumprimento da profecia de Joel e Ezequiel:
                                                                                                              i.      Jl 2.28 – 29: E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; 29 até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias. (Ver também: Ez 36.26s; Jr 31. 31 - 34)
                                                                                                          ii.      O Cumprimento no dia de Pentecostes:
2.      Porque Jesus batizaria com o Espírito Santo?:
a.      Porque o Espírito é o selo da promessa: O derramamento do Espírito sobre o seu povo, é o sinal de que a obra de Cristo na cruz, para nos livrar do pecado, foi aplicado ao crente que aguarda o seu resgate final.
                                                                                                                 i.      Ef 1. 13 – 14: 13 em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; 14 o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória. 
b.      Porque inicia um novo tempo de testemunho: Jesus  inauguraria um tempo o qual nunca havia sido visto anteriormente. O Espirito Santo derramado por Jesus capacitaria seus discípulos para serem suas testemunhas.
                                                                                                              i.      At 1. 8: mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.
Aplicação
·         Não podemos nos gloriar de forma alguma. Se João não vangloriou, como qualquer outra pessoa teria direito de se exaltar por ser usado por Deus. João Batista disse “Convém que Cristo cresça e eu diminua”
·         Curve-se diante de Jesus Cristo e reconheça que ele é Senhor. Muitos se curvam diante de homens, mas não se curvam diante de Jesus Cristo que é infinitamente mais poderoso.  

CONCLUSÃO
João Batista é o prenuncio de um grande acontecimento na história da humanidade. A entrada de Jesus Cristo na história é o maior acontecimento, porque é a expressão máxima do amor de Deus que resgata homens cativos em seus pecados. Diante de Cristo Jesus o que nos resta é nos prostrarmos diante dele e confessar que ele é o Senhor e nós somos seus humildes servos.

Bibliografia

BARCLAY, William. Marcos. 1974.
BRATCHER, Roberto G. e Vilson SCHOLZ. Comentários SBB para exegese e tradução - Marcos versículo a versículo. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
GNILKA, Joachim. El evangelio segun san Marcos. 4 Edicion. Vol. 1. Salamanca: Ediciones Sígueme, 1999.
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Marcos. Trad. Elias Dantas. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.
HURTADO, Larry W. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Marcos. Trad. Oswaldo Ramos. São Paulo: Editora Vida, 1995.
LOPES, Hernandes Dias. Marcos, o evangelho dos milagres. São Paulo: Hagnos, 2006.
MULHOLLAND, Dewey M. Marcos: Introdução e Comentário. Trad. Maria Judith Prado Menga. São Paulo: Vida Nova, 1999.


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