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sábado, 25 de setembro de 2010

Palavrantiga - Deus, onde estás?

Uma música da Banda Palavrantiga. Esta musica tem uma mensagem muito profunda acerca da nossa responsabilidade como igreja em atender a necessidade do próximo.



(se não conseguir visualizar o video, clique no link abaixo)

Dedico este video aos irmãos queridos:

André e Kristi - USA
Pro-humanos - Goiânia
Escola Bom Pastor - Rio Verde
Missão Vida - Anápolis
Tia Biga e Beto - Joinville


Que Deus continue abençoando a todos vocês.

Com carinho, Geazy

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Uma vida coerente – Fé e obras - Tg 2. 14 - 26

Em minha adolescência estudei em um colégio cristão, onde tinhamos cultos todas as semanas. O encarregado de tocar as musicas na hora do culto, um rapaz contratado pela escola, um dia me surpreendeu ao chegar nervoso à procura de um colega meu para ``acertar as contas´´. Ele dizia: La na Igreja é uma coisa, aqui fora é outra! A incoerência entre o que se confessa dentro da igreja e a maneira que se vive fora da igreja é algo que ao longo dos anos tenho visto repetidas e vezes e em diversas situações. E o pior, em muitas situações vejo essa incoerência em minha vida.

Para então combater essa incoerência, Tiago escreve a seção de Tg 2. 14 - 26. que com as nossas obras obras devemos mostrar aquilo que cremos. Em primeiro lugar Tiago mostra A incapacidade da salvação em uma fé sem prática (v. 14 - 17) O Sentidos de ``fé´´ para Tiago no texto é Aderência às doutrinas do Cristianismo, uma profissão de Fé em Deus e em Jesus Cristo (2. 1) – A pergunta que é feita Qual é o lucro de uma fé sem obras? – nenhum! Pois não se perecebe a salvação dos que não externam a obra interior da fé. A pergunta retórica de Tiago: Pode, acaso, semelhante fá salva-lo? tem um contundente NÃO! Em seguida ele passa a dar um exemplo prático (v. 15 - 16) – Não estender a mão à carência material de um irmão necessitado. Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos é equivalente a dizer: tenho fé que tudo vai melhorar pra você! Palavras bonitas que expressam indiferença para com a responsabilidade. A Inutilidade das palavras, dizer coisas bonitas não atende a necessidade. Qual é o proveito disso? Do que adianta expressar uma intenção e que não se intenciona cumprir? Como acreditar que por somente confessar Jesus como salvador, mas não colocar em pratica aquilo que ele nos ensina e mesmo assim ter certeza da salvação? Isso pode ser visto em pessoas que não possuem compaixão para com a necessidade do próximo como Jesus possuia. Pessoas que querem distanciam de se envolverem com a necessidade do próximo, por isso dizem ide!. Pessoas que retém aquilo que pode ser repartido com o próximo para beneficio próprio.Por não querer cair no erro do Espiritismo e do Catolicismo não devemos negligenciar a pratica das obras, externar a nossa fé Jesus. E até entre os chamados evangélicos temos visto uma tremenda incoerência, isso especialmente na Teologia da Prosperidade que chamam multidões de pobres e em vez de ajudar, tiram o pouco que tem e depois os despedem em paz. Mas o que Tiago quer mostrar sobre obras vai além das obras de beneficência, o exemplo que Tiago dá é do que é feito em ralação ao próximo, mas o que realmente se entende por obras é a necessidade da pratica da obediência a Deus em todas as aéreas da nossa vida.

Em segundo lugar Tiago mostra que as obras confessam a fé (v. 18 - 19). E para mostrar isso ele cria um dialogo entre um cristão genuíno e um cristão nominal. O confronto na verdade é entre a fé viva X fé morta. Ou incoerência de negar a fé com as obras e a coerência de mostrar a fé com as obras. Como o próprio Jesus afirma que se conhece a arvore pelos frutos (Mt 7. 16 – 17). Alguem poderia então ficar satisfeito simplesmente com a confissão de crer em Deus, Tiago então mostra que isso é uma fé que não tem vida. Devemos ter sempre em mente a importância de se estar atento ao que confessamos e a maneira como se vivemos. Há um constante olhar sobre nós. Amigos, vizinhos e familiares incrédulos. Que olharão para nós e conhecerão aquilo que cremos através das nossas atitudes.

Um exemplo que se pode dar é de Cristãos que crêem no Céu, a morada final do povo de Deus. Mas vivem uma incoenrecias no modo de viver. Porque consideram está vida como se fosse o maior tesouro que possam ter. Porque viver amontoando tesouros na terra? As nossas obras devem ser de amontoar tesouros celestiais. A nossa vida aqui deve ter essa coerência, não somente dizer que acreditamos, mas, devemos pagar um preço para demonstrar com obras aquilo que acreditamos.Só confissão não basta, porque até os demônios crêem em Deus e até tremem. Os demônios também confessam que só há um Deus!

Em terceiro lugar Tiago mostra que as obras consumam a fé (v. 20 - 26). Ele mostra isso com dois exemplos, o de Abraão e o de Raabe. Sem querer dar nenhuma chance para os hipócritas Tiago no v. 20 demonstra sua indignação e não quer deixar nenhuma sombra de duvida sobre a inutilidade de uma confissão vazia. Por isso chama o homem hipócrita de insensato, alguém que é desprovido de valores espirituais. O primeiro exemplo de Abraão (v. 21 - 24). Abraão é o símbolo máximo de orgulho, tanto judeos como cristãos sentem orgulho ao dizer que são descendentes de Abraão, seja de sangue ou espiritual. Ao mostrar a ´´obra´´ de Abraão em obediência a Deus Deus requer de Abraão seu filho, o filho tão esperado. Abraão obedece a voz de Deus entregando seu filho. (Gn 22. 12, 18).

Talvez aqui haja um aparente conflito entre Tiago e Paulo. A justificação pela fé apresentada por Paulo, mostra Abraão sendo justificado antes do pedido de sacrifício de Isaque (Gn 15. 1 – 6; Rm 4. 3; Gl 3. 6). O que Tiago diz é que a justificação se consumou pelo ato de obediência no monte Moriah. O que Calvino diz é importante para esclarecer o aparente conflito ``Devemos entender o que está em foco, pois a disputa aqui não é a respeito da causa da justificação, mas somente o valor da fé sem obras e o que devemos pensar sobre isto. Os que tentam usar esta passagem para provar a justificação pelas obras comentem um absurdo, pois não é esta a intenção de Tiago. Seu ponto, ao apresentar argumentos, é que uma fé morta não tem obras que a acompanhem. Ninguém jamais compreenderá o que Tiago diz aqui, nem poderá julgar justamente as suas palavras, se não mantiver diante dos olhos o objetivo do autor´´

Abraão realmente cria na promessa de Deus de levantar um povo mais numeroso que as estrelas do céu. Hb 11. 17 – 19. Ele acreditava em Deus ao ponto de fazer tudo o que Deus pedisse. Para ele, Deus ressuscitaria a Isaque, se o menino fosse sacrificado. A fé cooperou com as obras, as obras por sua vez consumaram a fé de Abraão. O ato de Abraão, deu um sentido completo à sua fé, todos viram que Abrão iria às ultimas conseqüências por sua crença em Deus. A fé produz obras e as obras aperfeiçoam a fé. Abraão creu no Senhor, e isso foi imputado para justiça. Não que fosse uma profecia em Gn 15. 9, mas que no Monte Moriah foi comprovado o que Deus disse sobre Abraão no passado. Isso fica mais claro na parafrase do Dr. Augustus no v. 24 - Então, verificais que uma pessoa demonstra que é justa pelas obras, como foi com Abraão, e não somente por uma declaração vazia de fé. O segundo exemplo é o de Raabe, a meretriz. Tiago certamente escolhe Raabe para mostrar como o mais ilustre dos personagens do passado e uma quase anônima, oriunda de uma profissão desonrosa, também precisavam das obras para mostrar a fé. A obra de Raabe foi a de ajudar os emissários de Josué (Js 2. 1 – 14) Em ato de obediência a Deus podendo pagar com a própria vida. Quando Fé e Obras andam juntas temos vida – e não é como um corpo estendido no chão, que sem o espírito não pode fazer nada. Da mesma forma uma fé confessada que não reage aos estímulos externos, é uma fé morta.

Todos temos a obrigação de cosumar a nossa fé. Em varias ocasiões da nossa vida somos confrontados com situações que exigem de nós essa consumação da fé. Mostrar que realmente somos justificados em Cristo Jesus. Devemos mostrar nossa fé no trato com o próximo, oo abrir mão de coisas valiosas por amor a Deus e no o arriscar a própria vida por amor a Jesus Cristo.

Concluindo. Nós precisamos de coerência nos nossos passos. Antes de conhecer Jesus andávamos em direção oposta a Deus. Depois de conhecer Jesus andamos em direção a Deus. Jesus traz coerência à nossos passos. Não podemos dizer que estamos andando em direção a Deus e ao mesmo tempo ver que nossos passos estão nos levando para o inferno.

domingo, 12 de setembro de 2010

Santidade por Gratidão - Rm 12. 1 - 2

A santidade é necessária para ver a Deus. Como poderemos estar diante de um Deus santo, sem sermos santos? O problema é querer ser santo sem ter consciência da salvação unica em Jesus. Se assim fazemos, o caminho da santidade sempre será um fardo impossível de ser carregado. E como conseqüência disso não veremos a Deus. Os v. 1 e 2 do cap. 12 nos mostra o motivo para vivamos em santidade e como viver em santidade.

O apóstolo começa com um pedido de atenção de Paulo dizendo: Rogo-vos, pois, irmãos. O verbo rogo vem do grego parakale,w 1. Parakaleo (parakalew). Denota literalmente. clamar ao lado de alguem, e de dai chamar o auxilio de alguem. tem vários sentidos de significado, como confortar, consolar, exortar, chamar, além de seu significado de rogar. Logo em seguida ele dá um motivo pelo qual se deve atender o chamado, que é algo extramamente convincente. Esse motivo é descrito como as misericórdias de Deus. Mas, quais misericórdias? – As misericórdias de Deus são tudo aquilo que Paulo apresentou nos capítulos anteriores (1 – 11). Basicamente a nossa justificação pela fé (3. 24, 25), ou seja nossa salvação em Jesus Cristo, que se manifesta de forma imerecida a nós que estavamos condenados eternamente pelo nosso terrível pecado.

Diante do simples e contundente argumento, não deixando margem para que se resista a exortação que Paulo irá fazer. Ele faz um chamado a uma vida consagrada, ou seja, para que apresentenmos o nosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Em vista de tudo o que Deus fez por nós, porque não viver de acordo com aquilo que Ele requer de nós? Por que não viver em Santidade? Apresentando o nosso corpo em sacrifício, não como antes que eram oferecido sacrifícios de animais, agora é oferecido o nosso próprio corpo em sacrifício. Um sacrifício de um corpo não para morte, mas para uma vida em Cristo Jesus. Uma vida separada através. Uma vida que seja agradável a Deus. Vivendo assim prestamos um culto constante a Deus, que é lógico, razoável e aceitável em sua presença. Qualquer outra maneira de viver não é aceita por Deus.

Mas o apostolo não só diz que devemos ter uma vida consagrada, ele diz como ter uma vida consagrada. Em primeiro lugar mostra o que se deve evitar - E não vos conformeis com este século, - Temos uma tendência natural par a imitar o que é mal. Não conformar com este século é não olhar para este mundo com o desejo de ser como o mundo. I Co 7. 31. A separação das coisas pecaminosas deste nos levará a não ter a forma deste mundo. Em segundo lugar mostra o que fazer - mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, - É uma transformação continua, pelo poder do Espirito Santo que renovou as nossas mentes e pelo nosso ativo empenho em transformar. Uma transformação que vem do interior para o exterior. Em terceiro lugar o resultado de uma vida em santidade nos leva a ser direcionados por Deus - para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. – Seguindo uma vida separada e transformada entenderemos a vontade de Deus para nós. A vontade boa, agradável e perfeita. Teremos prazer em fazer a vontade de Deus.

Procurar santidade exterior sem ter consciência do que Deus fez por nós não nos leva a presença de Deus. Para uma vida de santidade é necessário crer em Jesus, aquele que nos deu a salvação, e saber que não mereciamos, porque eramos pecadores condenados, homens maus que odiavam a Deus (Rm 1 - 11). Viver diariamente uma vida de santidade que agrada a Deus é fruto de gratidão pela misericórdia concedida a nós, essa é a motivação certa. Viver em santidade não é um fardo como muitos pensam. Viver em santidade é bom, é agradável e traz plena satisfação (Rm 12 - 16).

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Porque cantar um falso evangelho?

Quando o assunto é ``Faz um milagre em mim´´ sempre me perguntam: Pastor, por que você não gosta dessa musica? Se todas as igrejas estão cantando. Muitas pessoas se emocionam quando cantam. E mais ainda muitos se converteram escutando essa musica. Por que não gostar dela?

Pois é, não gosto porque nem tudo que está fazendo sucesso tem a aprovação Bíblica. A musica de Regis Danese ``Faz um milagre em mim´´ tem sido divulgada em todo tipo de lugar, ótimo! De fato devemos pregar o evangelho em todos os lugares, mas devemos pregar o EVANGELHO, e não invenção humana. Minha pergunta é: Por que homens pecadores, pessoas que odeiam a Deus e seu evangelho, gostam de ouvir uma ``gospel´´? Por que pessoas dentro de uma boate dançam frenetica e sensualmente com a batida de Regis Danese? Por que Homens e mulheres ao som de Regis Danese marcham para defender um comportamento sexual contrario à Bíblia?

O texto de II Tm 4 . 3 diz que haverá tempo onde pessoas se sentirão totalmente bem, ouvindo palavras de falsos mestres, isso porque sentem ``cosquinhas´´ nos ouvidos. Poderiamos contextualizar o texto dizendo que quando escutem musicas com um falso evangelho, as lágrimas de emoção vão rolar, o coração vai bater mais forte e até mesmo vão sentir um arrepio, tudo isso porque sentem coceiras nos ouvidos. Assim a emoção não é a autenticação do verdadeiro evangelho ou de que algo é de Deus. Um falso evangelho pregado em todos os lugares causará simpatia e emoção. O evangelho verdadeiro pregado causará duas coisas 1) A necessidade urgente de correr para Jesus Cristo. 2) Ou o incontrolável ódio para com Cristo Jesus e seus discípulos. O evangelho ser bem recebido entre pecadores e não causar uma dessas duas possibilidades é algo que simplesmente impossivel, ou é amor ou é continuar inimigo de Jesus.
Quando essa musica é tocada na passeata gay, na verdade não é uma vitoria do evangelho, que quebrou mais uma barreira. Mas, é uma afronta aos evangelicos fieis a Jesus. Estão como que dizendo: Somos contra a vontade soberana de Deus por ter nos feito homens ou mulheres, mas mesmo assim marchamos e dançamos com a mesma musica dedicada a esse Deus.

Analisando a musica do Regis Danese vemos o porque de toda essa aceitação mundana. O conteúdo da musica é contrario ao ensino Bíblico. Distorce totalmente o sentido da narrativa de Jesus e Zaqueu. Prega um outro evangelho, dirigido ao homem como sendo o centro da sua própria salvação. Um evangelho que mostra um homem capaz de ordenar a Jesus para que opere milagres.



Como pastor presbiteriano fico triste por ter que ouvir esse falso evangelho ser cantado em nossa denominação, por ainda ter que ver colegas pastores defenderem essa música com argumentos pragmáticos. Descanso em Deus esperando o dia em que ele levantará pastores que ensinem o puro e simples evangelho, sem a necessidade de manipulação psicológica e da auto-ajuda disfarçada de pregação. Quando esse tempo chegar, teremos igrejas fortes que saberão discernir entre o falso e o verdadeiro evangelho, entre a música que louva a Deus e a música que agrada o ego do homem. Nesse tempo não se espantarão quando um hit gospel for rejeitado pela igreja.


Pr. Geazy Liscio

A igreja e os VIP´s - Tg 2. 1 – 13

VIP – Very important person

Esse conceito ou tratamento é algo que Deus abomina. Tratar determinado grupo social com mais honra do que outros.

No texto de Tiago vemos claramente. Vejamos os motivos pelos quais não deve haver acepção de pessoas na Igreja.

1) Incompatibilidade da fé em Jesus e a discriminação de pessoas.

1 Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.


Senhor da glória – O titulo dado por Tiago a Jesus é: Senhor da Glória. Ele faz isso para estabelecer um contraste com a gloria externa dos ricos que recebiam honras humanas. Jesus tem a gloria eterna, homens não.

Glória ao homem e não a Jesus Cristo - O fato de homens estarem fazendo acepção de pessoas, demonstrava que retiravam a glória que somente deve ser dada a Jesus e a transferiam aos homens.

Glória a Jesus vs Glória as bênçãos - A medida que valorizamos mais a glória de Jesus, menosprezamos o desejo humano de glorificar as coisas criadas pelo próprio Deus. A riqueza é benção de Deus, mas não deve ser glorificada acima de Deus.

Fé em Jesus Cristo – A nossa fé em Jesus deve ser o constante caminhar olhando para Jesus, nos impressionando com a glória Dele, porque ele é o Senhor da própria glória. Se fizermos acepção de pessoas estaremos perseguindo a opaca glória externa do homem.

2) Uma situação: Tratamento e julgamento pela aparencia

2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso, 3 e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, 4 não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos?

A cena é dentro da Igreja – Tiago escreve que a situação se passa numa sinagoga porque os primeiros cristãos eram judeus de nacionalidade, e ainda a diferença entre cristianismo e judaísmo era muito tênue.

A aparência dos homens (v. 2)

O rico - O homem rico entra na igreja, a descrição feita dele mostra que tinha um anel no dedo e trajes de luxo, sinais de alguém muito importante com poder, prospero, de linhagem real ou nobre (Gn 41. 42; Et 3. 10; Mt 11. 8; Lc 15. 22; 16. 19; At 12. 21). Seneca - ``ricos traziam mais de um anel em cada dedo´´ Clemente de Alexandria - ``era permitido aos Cristãos ricos apenas um anel, e mesmo assim que tivesse símbolo de pomba´´.

O pobre – O homem pobre entra na igreja com roupas sujas fazendo um contraste com as roupas finas, do homem rico. A possibilidade de que em uma mesma igreja terem ricos e pobres era real. O cristianismo trouxe essa quebra de barreiras tão evidente no primeiro século, não só social, mas como racial e gênero, judeus e gentios, homens e mulheres.

O tratamento aos homens (v.3)

O tratamento ao rico – O tratamento com deferência ou de maneira especial (NVI) da parte dos membros da igreja, fez com que o homem rico fosse levado a um bom lugar, talvez na frente, ou no fundo para que não fosse importunada. O certo é que escolheram um lugar bom, para que o homem rico se sentisse bem.

O tratamento ao pobre – O contraste é radical. Ao homem pobre é indicado um lugar onde tenha que ficar em pé, provavelmente no fundo da congregação. A outra opção que ele tinha, se não gostasse da primeira, era uma situação de humilhação. Sentar-se no estrado dos pés, um lugar preparado para descansar os pés. No contexto Bíblico estrado dos pés significa o lugar dos vencidos, submissos e derrotados, um lugar de humilhação. (Mt 5. 35; Lc 20. 43; Hb 10. 13; tratamento de Simão a Jesus – Lc 7. 44 – 46).

Ser rico é problema?: O problema não era ter alguém rico na comunidade ou receber a visita de alguém importante. O problema que Tiago quer corrigir é a postura no tratamento para com os ricos em detrimento no tratamento para com os pobres. Fazer a distinção pelas vestes, a glória das brilhantes roupas e as roupas sujas.

Julgamento interesseiro – O que levava fazer a distinção entre os homens era o perverso pensamento no momento de julgar. Os interesses que haviam por trás de cada tratamento era fruto de um coração pecaminoso. Que esperavam que com o tratamento especial aos ricos, receberiam um beneficio futuro ou uma honra a ser recebida publicamente em alguma ocasião posterior.

3) Deus não escolhe pela aparência.

5 Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?

Deus também escolheu os pobres - A maneira de Deus escolher não é pelas aparências externas como o homem faz. Se Deus tivesse os mesmos critérios humanos, os pobres para o mundo não seriam escolhidos, e provavelmente os que faziam discriminação dos pobres também não seriam escolhidos porque eram pobres. I Co 1. 26 – 29.

Ricos segundo Deus, não segundo o mundo – Nossa vida deve ser rica no ponto de vista de Deus. Os nossos critérios de bem sucedidos deve ser os critérios de Deus para o sucesso. Deus não se impressiona com as aparências deste mundo. Por isso nossa alegria deve ser em ver que Deus nos escolhe independente do que tenhamos para que sejamos ricos Nele.

Esperança de um reino futuro – O que devemos esperar é o reino futuro que nos foi prometido. Somos herdeiros desse reino, participaremos plenamente das riquezas do reino futuro

A teologia da prosperidade – Pregam uma riqueza segundo o mundo, esperam um reino presente! Logo invariavelmente o tratamento e o julgamento de homens será segundo o mundo.

Mt 6. 19 - 20

19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; 20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; 21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

4) Porque exaltar os ricos se eles menosprezam os que temem a Deus?

6 Entretanto, vós outros menosprezastes o pobre. Não são os ricos que vos oprimem e não são eles que vos arrastam para tribunais? 7 Não são eles os que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado?

Denuncia como o profeta Natã – Como o profeta Natan denunciando o erro de Davi, depois de lhe contar uma pequena ilustração. Assim após Tiago discorrer sobre a discriminação de pobres e ricos, ele aponta o dedo e diz: Vocês estão desonrando os pobres.

Os ricos – uma generalização da classe indicando que o espírito mundano dos ricos leva ao abuso de poder da parte dos ricos dominando e processando os mais pobres.

Difamando o nome de Cristo – Os ricos arrastavam os cristãos aos tribunais. Ex. At 16. 16 – 21

5) Quem não ama ao próximo sofrerá no Juizo.

8 Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem; 9 se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo argüidos pela lei como transgressores. 10 Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. 11 Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei. 12 Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade. 13 Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo.

Transgredindo a lei – O ultimo alerta de Tiago foca o quebrar da Lei. Talvez alguém poderia se considerar um bom religioso, cumprindo todos os mandamentos. Até mesmo alguém que se gabava de ser um bom evangelista fazendo com que ricos se sentissem bem indo à igreja. Mas, rejeitava os pobres da Igreja quebrando assim a lei do rei – Lv 19. 18.

Quebrando um mandamento – Apenas quebrando um mandamento se tornavam culpados de toda a lei. Tiago quer humilhar o religioso mostrando que todo o seu zelo na lei é invalidado pela sua acepção de pessoas, e assim ele é culpado perante a lei de Deus.

Toda a lei tem a mesma procedência – Aquele que deu um mandamento foi o mesmo que deu os outros mandamentos.

Acepção de pessoas equivale o assassinato – Jesus revela a intenção mais profunda do coração, matamos não somente quando vemos o corpo estendido no chão, mas quando em nosso coração desprezamos alguém (Mt 5. 21 – 22). Extremo valor dado ao pecado sexual e não à acepção de pessoas não livra ninguém da condenação da lei.

Julgamento justo no dia final – No ultimo dia então se conhecerá o verdadeiro e o falso cristão. As intenções do coração serão reveladas a confissão e a pratica serão comparadas e julgadas à luz de Cristo Jesus – aquele que traz a lei da liberdade expressada nos evangelhos.

Pela misericórdia seremos salvo do juízo - Devemos usar de misericórdia para com os pobres porque nós seremos salvos pela misericórdia de Deus.

CONCLUSÃO

O pecado da acepção de pessoas é levado muito a serio na Bíblia. Ele indica a futilidade dos desejos humanos, se impressionarem com o que passageiro. Devemos nos impressionar com a Glória de Cristo e nos guiarmos no nosso dia-a-dia pela misericórdia concedida a nós. Apesar das diferenças sociais precisamos tratar a todos como iguais.

Para pensar

1) Como temos tratados os pobres de nossa igreja?

2) Temos dado especial honra aos ricos em detrimento dos pobres?

3) A misericórdia de Deus em vista nos nossos relacionamentos sociais?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Derrotando as barreiras das pseudo-leis de Deus. Mc 2. 23 – 3. 6

No texto de Mc 2. 23 - 3. 6 vemos Jesus em confronto aberto e direto com os Fariseus por causa do Sábado. No 1º Confronto (2. 23 – 28) Os discípulos de Jesus estão colhendo espigas no dia de Sábado. No 2º Confronto (3. 1 – 6) Jesus cura, em dia de Sábado, um homem, que tinha uma das mãos ressequida.
A ênfase do texto não é mostrar que Deus mudou o Dia do Senhor que antes era o Shabat Judaico para o Domingo Cristão. O que Marcos quer enfatizar é a dureza do coração dos Fariseus, que haviam construído uma serie de leis secundarias a partir da Lei que Deus havia dado ao homem desde Genesis e (Gn 2. 1 - 2) e depois expressa claramente nos dez mandamento (Ex 20. 8). Vemos depois criação da Mishnah (tradição oral), que explica as Leis de Deus com mais detalhes. Em relação ao sábado foram classificados em 39 obras que não poderiam ser feitas no dia de Sábado. Depois disso encontramos o Talmud que são explicações de vários rabinos sobre a religião judaica, que sobre o sábado ensinam uma interminável lista de coisas que deveriam ser observadas detalhadamente. Por Exemplo, não cuspir no chão, porque poderia ser considerado como regar a terra, e isso é um trabalho.
Deus havia dado ao homem uma lei para que trouxesse alegria e satisfação por poder descansar. Mas, o homem a tornou um peso excessivo, que transformava o dia de Sábado em um grande tirano, que escravizava homens com rituais intermináveis, impedindo de verem o verdadeiro sentido do Sábado.
No primeiro confronto os discípulos de Jesus colhiam espigas e as comiam. Os fariseus seguindo Jesus Cristo, não para aprender mais sobre Ele, mas para o observarem minuciosamente e ter algo para condená-lo. Como fizeram anteriormente condenando os discípulos de Jesus por não jejuarem. Agora, percebem que os discípulos quebram o grande e mal interpretado Sábado. A cegueira deles era tão grande, que nem mesmo aquilo que estava registrado nas Escrituras, sobre o comportamento de Davi em uma situação de necessidade. Jesus então refrescando a memória dos Fariseus e diz: Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam com ele? (Mc 2. 25 – 26). Davi havia feito algo que não era lícito, exceto para os sacerdotes, que comiam os pães da proposição uma vez por semana. Mas, em um caso onde havia extrema necessidade e para beneficio dele e de seus homens, eles comeram os pães da proposição. Assim mesmo o dia do Senhor foi criado para trazer beneficio ao homem e não para escravizar o homem (Mc 2. 27). E quem ordenou que fosse assim foi o próprio Jesus Cristo, porque Ele também é senhor do Sábado (Mc 2. 28). Portanto, o que os discípulos estavam fazendo, era cumprir justamente aquilo que Deus esperava em relação ao sábado, que homens pudessem encontrar descanso em Jesus e não nas leis que haviam sido criados pelos falsos interpretes da Lei.
O segundo confronto (Mc 3. 1 – 6) mostra Jesus entrando em uma sinagoga no dia de Sábado, novamente estavam os fariseus atentos a cada movimento de Jesus. Dentro da sinagoga estava um homem que tinha uma das mão ressequida, não se sabe se era uma deficiência de nascimento ou adquirida por algum acidente. O fato era que essa mão ressequida impedia que um homem do primeiro século desempenhasse normalmente qualquer atividade laboral. Os fariseus queriam ver se Jesus teria coragem de curar no sábado. Como se Jesus fosse um profissional da cura, um curandeiro que estava procurando trabalhar no sábado. Jesus chama o homem da mão ressequida, e queria que o homem ficasse em um local onde todos pudessem ver e ouvir claramente o que aconteceria naquele lugar. Jesus certamente o curaria. Mas antes de curar Jesus revela a intenção do coração dos fariseus quando pergunta: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? (Mc 3. 4). Jesus com a pergunta está mostrando que Ele queria fazer o bem e os fariseus o mal. Jesus queria salvar uma vida e os fariseus queria tirar a vida de Jesus. O sentido do sábado novamente é visto na intenção de Jesus e falsidade do coração dos fariseus é revelada. Por culpa das inúmeras leis que eles haviam criado, o bem e o salvar vidas era algo proibido. Então Jesus cura o homem e em vez de alegria nos corações daqueles fariseus, a intenção de matar Jesus se torna maior ao ponto de fazerem aliança com os herodianos para poder matar a Jesus.
O que Jesus nos ensina com esses confrontos que ele teve com aqueles fariseus é mostrar como o legalismo, rituais, tradições de homens podem muitas vezes nos distanciar do verdadeiro sentido daquilo que Deus nos tem dado como mandamento. O sábado era para mostrar o descanso real em Jesus Cristo. De como Jesus vai de encontro aos pecadores com fim purificá-los, e não seria uma lei imposta pelos falsos mestres que impediria de Jesus Cristo cumprir seu objetivo.
Temos visto inúmeras vezes como a missão dada pelo próprio Jesus Cristo, de levarmos o evangelho a homens que andam distantes do Deus santo, por causa do terrível pecado. Tem sido impedida por causa de leis que são construídas ao longo dos anos por homens até bem intencionados, mas que não passam de invenção humana. E por isso vemos um evangelho que não tem sido pregado em todos os lugares para todas as pessoas simplesmente porque não cheiram, não se vestem, não conversam como os cristãos. Vemos igrejas que esperam que as multidões mudem suas vidas, antes de pensarem em ir para uma igreja, que mudem seus hábitos, que cortem seus cabelos, que tirem os piercings e brincos, que deixem seus vícios e aí sim poderão entrar em uma igreja. Tradições inúteis dos judeus impediram que homens entendessem o verdadeiro sentido do sábado, assim não faziam o bem e nem salvavam vidas. Não deixemos que nossas tradições se tornem inúteis e nos empeçam de cumprir a missão de Cristo, que é salvar vidas e não tira-las.

Responsabilidade Cristã nas eleições de 2010