Páginas

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Jesus o nosso perfeito representante - Mc 1. 9 - 13

INTRODUÇÃO
Crise de representação no Brasil
Há quase um ano, a Câmara dos Deputados, ao acolher o pedido de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, expôs ao País a baixa qualidade da atual representação parlamentar. Não pelo resultado – ansiado pela maioria dos brasileiros –, mas pelo tom pitoresco, por vezes humorístico, adotado por cada parlamentar ao anunciar seu voto. Durante quase dez horas de sessão, o Brasil assistiu aos breves pronunciamentos de 504 dos 513 deputados, tempo suficiente para patentear a distância entre eleitos e eleitores, evidenciando o que se convencionou chamar de “crise de representatividade”. A mediocridade dos parlamentares humilhou a Nação.
É paradoxal, portanto, que a expressão “eles não me representam”, referindo-se aos parlamentares, venha sendo constantemente utilizada nos protestos populares. A contestação soa ainda mais descabida posto que nenhum parlamentar recorreu à força para ocupar o seu espaço no Congresso. Ao contrário, ali chegou pelo voto, ou seja, pela vontade do povo. É desta incongruência que trata Jairo Nicolau, cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisando os dilemas da representação em entrevista concedida ao Estado.

Os homens não poderão nos representar perfeitamente porque não buscam verdadeiramente os interesses do povo porque estão distante do povo e não mais se identificam com o povo.

Jesus se identifica totalmente com os pecadores e assume sobre si as dores e pecados do seu povo para ser o fiel representante.

·         Jesus saindo da insignificacante Nazaré
1.      Veio Jesus de Nazaré da  Galiléia: No evangelho de Marcos nada se diz sobre o nascimento de Jesus, ao contrário de Mateus e Lucas que são mais detalhados sobre o nascimento de Jesus. Marcos apenas diz que Jesus veio de Nazaré da Galiléia, uma insignificante cidade da palestina (Jo 1. 46; 7. 52).  Como nota Pohl, a designação Galiléia é para poder ajudar na localização da pequena cidade. (Pohl, p. [31])
a)      De Nazaré à Judeia:
·         Uma viagem de cerca de 160 km (Mulholland, p. [23])
·         Foi lá que Jesus passou a sua vida, da infância até a fase adulta, e era conhecido como “o carpinteiro” (Mc 6.3).
·         José, o pai legal de Jesus, exercia, em Nazaré, a sua profissão de carpinteiro (Mt 13.55).
·         Com 30 anos de idade (Lc 3.23), Jesus deixou Nazaré e iniciou sua caminhada em direção ao Jordão.
·         João Batista anuncia a chegada de um soberano que é nosso representante diante de Deus.

PROPOSIÇÃO
Jesus é o perfeito representante dos homens diante de Deus. Vejamos como Jesus assume o nosso lugar para nos representar com perfeição diante de Deus.

EXPOSIÇÃO

1)      SENDO BATIZADO NO JORDÃO
a.      Jesus foi batizado no batismo de arrependimento: Nos  parece bastante estranho que aquele que é maior que João, o qual batizará com o Espírito Santo, agora seja batizado por João. No evangelho de Mateus vemos João resistindo batizar (Mt 3. 15).
                                                              i.      Jesus não tinha pecado:  João está trazendo batismo de arrependimento e perdão de pecados (Mc 1. 4 – 5). Sabemos que Jesus não tinha do que arrepender-se e do que ser perdoado, ele é o filho de Deus santo.
1.      II Co 5. 21 – Aquele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós.
                                                            ii.      Jesus toma sobre si os pecados do seu povo:  Jesus ao identificara-se com com os pecadores leva sobre seus ombros a culpa do pecado. Essa substituição pelo pecador  não é feita apenas na cruz, mas é iniciada quando toma parte no batismo de arrependimento de pecados. Jesus se arrepende pelos pecados do seu povo.
1.       O profeta Isaias diz que o servo sofredor, Jesus, levaria o pecado das suas ovelhas.
a.      Isaias 53. 6 “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.
2.      João Batista depois de ter batizado Jesus ainda testemunhava dizendo que Jesus tiraria o pecado do mundo
a.      João 1. 29, 36  - 29 viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!...  36 e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus!
b.      Como homem, ele toma para si o julgamento de Deus em relação ao pecado — ou seja, julgamento sobre os pecados de outros, pois ele mesmo não tem pecado (cf. 2 Co 5.21). Pelo seu batismo, então, Jesus dá o primeiro passo para identificar-se com os pecadores. (Mulholland, p. 23)
c.       Parece claro, portanto, que a decisão de Jesus de ser batizado por João, significou o seu comprometimento de tomar sobre si a culpa de todos aqueles pelos quais ele haveria de morrer. Num certo sentido, ao se batizar, Jesus estava cumprindo parte da sua tarefa de dar a vida pelas suas ovelhas (cf. Mt 20.28; Mc 10.45; Jo 10.11; 2Co 5.21; lPe 3.18). (Hendriksen, p. 61)

b.      A resposta do céu (v. 10 – 11): Neste glorioso momento do batismo de Jesus, vemos a trindade sendo revelada. No exato momento em que o Filho é batizado e sai da água, os céus, repentinamente, se abrem, e o Espírito desce sobre ele, em forma de uma pomba. Esse momento trinitário é uma resposta divina ao que o filho estava fazendo para levar o pecado do mundo sobre si para a redenção da criação.
                                                              i.      O Espírito desceu sobre Jesus (v. 10).
1.      Para testemunhar que Jesus é o ungido do Senhor:  A partir da unção com o Espirito, Jesus é qualificado como o Messias enviado por Deus.
a.       Isaias 61. 1 O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, 
b.      O Filho divino, ao encamar-se, assumiu a natureza humana que precisa e pode ser fortalecida. Assim, aquela unção qualificou-o como Mediador divino e humano, habilitando-o a funcionar em seu ofício tríplice de Profeta, Sacerdote e Rei, para a salvação do povo de Deus e glória da Trindade. (Hendriksen, p. 63)
c.       Como Filho de Deus, cheio do Espírito, e guiado pelo Espírito, Jesus age com a autoridade e o poder de Deus. Tudo o que se segue deve ser entendido no contexto de Jesus completamente guiado pelo e cheio do Espírito. Suas palavras e seus feitos apresentam exemplos concretos do que significa viver sob a direção do Espírito. (Mulholland, p. 24).
2.      Porque o Espírito tinha a forma de um Pomba? 400 anos sem o Espirito do Senhor falando através dos seus profetas. Isso era um claro sinal de juízo de Deus sobre o seu povo. Assim como em Noé o período de juízo havia cessado, agora Deus estava encerrando o silencia e o  juízo.
a.       Um tempo sem o Espírito, porém, é um tempo de julgamento. Este tempo está terminando agora. No momento em que ressoa a voz do céu aberto, irrompe a salvação. Uma pomba dá o sinal, como ao término do julgamento do dilúvio na época de Noé. É a pomba do Espírito Santo, como podemos entender aqui sem uma explicação especial. (Pohl, p. [32]).
3.      Deus ouviu o clamor dos pecadores - Deus fendeu os céus e desceu:
a.      Is 64. 1 “Oh, Se fendesses os céus e descesses!” para perdoar as iniquidades do seu povo. E o profeta lembra, “Senhor, tu és o nosso pai” (Is 64. 8)_
                                                                                                                                      i.      O ponto central da alusão seria que o chamado de Jesus, da parte de Deus, deve ser visto como cumprimento daquela oração, e como esperança do novo livramento e revelação refletidos em Isaías 64. (Hurtado, p. 29)
b.      O véu do templo foi rasgado:
                                                                                                                                      i.      Mar 15:38-39 - E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. 39 O centurião que estava em frente dele, vendo que assim expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus.
                                                                                                                                    ii.      O som da voz, porém, é introduzido por uma evento aterrorizante. Jesus viu os céus rasgarem-se. O verbo é o mesmo de 15.38, com certeza com o mesmo sentido, e nas duas vezes seguido de uma confissão de que Jesus é o Filho de Deus. (Pohl, p. [32]).
                                                            ii.      O testemunho audível de Deus
1.      Deus declara amor:
a.      Uma voz dos céus diz: "Tu és meu Filho amado, em ti me comprazo". Deus, cuja voz tinha estado calada por séculos, fala a Jesus, seu Filho, em tom de intimidade familiar, no qual expressa sua completa e irrestrita aprovação.  (Mulholland, p. 24).
b.      Amor trinitário: Pela natureza trinitária o pai, o filho e o espírito gozam de um amor indescritivelmente perfeito. O momento do batismo, o inicio do ministério de uma forma que nós não compreendemos exaustivavemente, revela que é uma ação amorosa do filho para com o pai, perfeitamente reconhecida pelo pai.
c.       A ênfase no texto grego. No original, as palavras “Meu Filho amado” são construídas de tal maneira (literalmente “o Filho meu, o amado”) que, por causa da repetição do artigo, uma ênfase semelhante é colocada, tanto no substantivo “filho”, quanto no adjetivo “amado”. De fato, a adição (após o substantivo) do adjetivo, com repetição do artigo, forma um tipo de clímax.

2.      A designação do Messias : Parece que nos dias de Marcos o Salmo 2, Isaías 42 e talvez Gênesis 22:2 tenham sido interpretados por algumas pessoas como predições a respeito do Messias (o Ungido, o Cristo), pelo que a alusão a essas passagens designa Jesus, de modo implícito, como o que veio cumprir tais predições. (Hurtado, p. 29)
a.      O filho amado de Deus pai.
                                                                                                                                      i.      O filho amado dado em sacrificio: O Filho amado lembra Gênesis 22:2, em que Deus se dirige a Abraão ordenando-lhe que lhe ofereça o filho (“o teu único filho, Isaque, a quem amas”).
                                                                                                                                    ii.      (Sl 2. 7) – O filho de Deus como rei.
1.      se tornou uma das principais fontes da teologia dos primeiros cristãos, e dificilmente pode ter sua influência superestimada. Sete vezes o NT o cita, umas vinte vezes a menção é indireta, incontáveis podem ser as vezes em que ele está ao fundo. Não só “Filho”, mas também “Messias” tem aqui seu ponto de referência no AT. (Pohl, p. [32])
b.      Filho que Deus tem prazer (eudokeo)
                                                                                                                                      i.      Is 42. 1 Além disso, as palavras de Deus a Jesus lembram Isaías 42.1. "Eis o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem se compraz a minha alma; pus o meu Espírito sobre ele; ele trará justiça às nações".
Aplicação
a.       Cristo é o nosso substituto perfeito
a.       Seremos amados se aceitarmos Cristo como nosso substituto pelos pecados.
b.      Jamais conseguiremos absolvição dos nossos pecados pelo nosso desempenho, apenas em Cristo.
a.      Porque resistem? Porque não querem ser devedores de Deus. Não aceitam a bancorrota espiritual.

c.       Jamais conseguiremos ser amados totalmente fora de Jesus, aquele que é perfeitamente amado do Pai.
a.      Jamais se sentiram amados, porque não foram cheios do amor de Jesus através de Jesus.

2)      SENDO TENTADO NO DESERTO
a.      O Espírito enviou ao deserto:  Talvez esperássemos que Jesus ao ser ungido pelo Espirito e ouvir o testemunho do Deus Pai, seria conduzido como o rei de Israel, mas não. Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito para imediatamente começar a sua tarefa como representante do seu povo, sendo tentado segundo as fraquezas humanas.
                                                              i.      Imediatamente: Não huve um recesso, ali mesmo no deserto onde João estava batizando, Jesus foi impelido para seguir mais 40 dias para ser tentado.
1.      Rei, mas também o Servo Sofredor, vai, repentinamente, da luz do dia para a escuridão da noite, do sorriso aprovador do Pai, para as ciladas do maligno. (Hendriksen, p. 66)
                                                            ii.      Quarenta dias no deserto:
1.      Quarenta dias durou o dilúvio (Gn 7.12),
2.      O  jejum de Moisés no Sinai (Êx 34.28),
3.      A caminhada de Elias até o Horebe (1Rs 19.8).
4.      Quarenta anos Israel permaneceu no deserto (Sl 95.10)
a.       O objetivo das prováveis alusões a estas tradições é transformar o período que Jesus passou no deserto num tempo de nova revelação e salvação, equivalente ao que foi dado a Moisés e Israel no tempo clássico do Êxodo. (Hurtado, p. 31)
b.      Uma tentação diferente:
                                                              i.      A tentação dos pecadores: Em Tiago 1. 14 diz que a tentação sobre o pecador é reflexo de sua própria cobiça interior alimentado pelo incentivo de Satanás a que se apropriem do que desejam.
                                                            ii.      A tentação de Jesus. Por Cristo ser totalmente sem pecado a tentação é no sentido externo, não surgiu no seu interior. Satanás o tentava proporcionando alternativas para suprir as fraquezas humanas.
No entanto, a tentação (ou seja, o sentido da necessidade, a consciência de ser desafiado por Satanás para satisfazer a necessidade, a convicção de que tinha de resistir ao tentador e a luta provocada pela tentação) foi real, mesmo para Cristo. (Hendriksen, p. 66)

c.       Jesus tentado por Satanás no deserto:
                                                              i.      Jesus o novo Adão: Em I Corintios 15. 22,  45 diz que Jesus é o ultimo Adão. No qual temos vida.  Em Romanos 5. 14 – 22 Mostra como que Jesus é o verdadeiro Adão, porque por ele somos justificados.
1.      Deserto x jardim: A região onde Jesus jejuou e foi tentado, constituía, portanto, um cenário de abandono e perigo, num meio-ambiente completamente oposto ao Paraíso, onde o primeiro Adão foi tentado.  (Hendriksen, p. 69)
2.      Escassez x fartura Em meio à fartura, e com os animais sujeitos ao seu domínio, Adão caiu em tentação. Cercado pela escassez e a hostilidade do deserto, Jesus prevalece.
3.      Vitória x derrota
4.      Ele, como Adão, foi levado por Deus à tentação imediatamente após o seu comissionamento; mas, ao contrário de Adão, Jesus resistiu à tentação e, portanto, restaurou o paraíso. Esse conflito com Satanás forma parte do pano de fundo do ministério de Jesus.
                                                            ii.      Venceu a tentação sendo o nosso representante:
1.      A tentação de Jesus não é uma mera formalidade. Como Hebreus 4.15 diz: "foi ele tentado em todas as cousas, à nossa semelhança" (cf. Hb 2.14-18). Essa é uma evidência de sua participação em nossa humanidade. Entretanto, sua tentação é distinta, pois traz conseqüências cósmicas. (Mulholland, p. 25).

d.      Como vendeu? Jesus não ouviu a voz de Satanás
Nos outros relatos de Mateus e Lucas (Mt 4. 1 – 11; Lc 4. 1 – 13) claramente dizem que Jesus venceu as tentações ao rejeitar as ofertas de comida, glória e segurança. Mas Marcos nada diz sobre especificamente as tentações e a consequente vitória.

                                                              i.      Esteve com as bestas -  O paraiso no deserto: (Is 11. 6)
1.      De acordo com o ensino judaico, o domínio de Adão sobre o mundo animal terminou com a queda. Dali em diante há uma luta renhida, e o ser humano só consegue defender-se com dificuldade dos animais selvagens. Este mal causado à criação só será sarado pelo Messias (Bill., III 254; IV 892,964; Gnilka, p 57). Também Is 11.6-9; 65.25; Is 2.20 prevêem uma harmonia escatológica entre o ser humano e os animais. Em Is 11.6 aparece o mesmo “com” ou “entre” da comunhão confiada do nosso versículo.  Nisto, a relação do ser humano com os animais é um exemplo da sua relação com a natureza como um todo. “Quando o animal deixou de ser companheiro para se tornar objeto, nossa relação com o mundo criado que nos cerca deteriorou-se” (Berkhof, p 83). Esta deterioração pode ser vista na derrota do ser humano diante das forças da natureza, bem como na destruição miserável do meio ambiente pela tecnologia humana. A cura destas coisas tem a ver com Jesus. Ele veio para conduzir à paz toda a criação (Rm 8.19-25) (Pohl, p. [36]).
                                                            ii.      Os anjos o serviram :
1.      Evidentemente, o serviço foi prestado após o diabo ter sido completamente destruído. Não se menciona o tipo de serviço que foi executado. A afirmação geral de que anjos foram enviados pelo Pai para suprir as necessidades básicas do Filho, qualquer que tenham sido, é, talvez, a melhor. Parece razoável inferir que isso também incluiria provisão para a nutrição do corpo. (Hendriksen, p. 70)
2.      Servir”, porém, aqui indica trazer alimento (cf. v. 31), não ajuda na luta. É o mote para o fim do jejum. Ficamos, então, com o quadro do paraíso. Os anjos colocaram de lado as espadas desembainhadas de Gn 3.24 e trazem ao novo Adão as provisões do Pai celestial. Novamente temos uma relação com Moisés (o maná no deserto) e Elias (1Rs 19.5-7).

Aplicação       
a.      Jesus venceu onde nós falhamos, dando ouvido a Satanás.
b.      Jesus nos dá a possibilidade vencermos as tentações.
c.       Momentos de amor de Deus podem ser seguidos de profundas tentações
a.       Satanás ainda tenta o povo de Deus.
b.      A vida cristã não é uma colônia de férias, mas um campo de batalhas. O fato de sermos filhos de Deus não nos isenta das provas, mas, às vezes, nos empurra para o centro delas. (Lopes, p. [33])
d.      Deus conduzirá seu povo do deserto para a redenção
a.       É verdade que o deserto é o lugar dos novos começos de Deus, mas não seu alvo; o êxodo ainda não é a salvação, mas o caminho para a salvação. O Deus da Bíblia não é um Deus do deserto. Seu alvo é morar entre os seus, na nova cidade, na terra florida (Ap 21.1–22.5). (Pohl, p. [36]).

CONCLUSÃO

Jesus demonstra como pode ser o nosso fiel representante diante de Deus. Ele é o filho amado e quem Deus tem prazer completo ao assumir a forma humana ele se coloca como o representante perfeito do povo de Deus.

Bibliografia

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Marcos. Trad. Elias Dantas. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.
HURTADO, Larry W. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Marcos. Trad. Oswaldo Ramos. São Paulo: Editora Vida, 1995.
LOPES, Hernandes Dias. Marcos, o evangelho dos milagres. São Paulo: Hagnos, 2006.
MULHOLLAND, Dewey M. Marcos: Introdução e Comentário. Trad. Maria Judith Prado Menga. São Paulo: Vida Nova, 1999.
POHL, Adolf. Evangelho de Marcos. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 1998.


terça-feira, 6 de junho de 2017

O começo de um grande acontecimento - Mc 1. 1 - 8

Um Pescador possuía uma perola valiosíssima debaxo do seu colchão: Imagine dormir sobre uma grande fortuna por 10 anos sem se dar conta disso? Foi exatamente o que aconteceu com um pescador filipino, que, após encontrar esse tesouro, resolveu guardar a imensa pérola embaixo do colchão, como um amuleto.
Essa, que pode ser a maior pérola já encontrada, tem nada menos que 34 quilos e mais de 1 metro de comprimento!
Aileen Cynthia Maggay-Amurao, oficial de Turismo da cidade, disse que o pescador encontrou a preciosidade quando o seu barco ficou preso nas ilhas Palawan durante uma tempestade. Mesmo considerando o achado incrível, ele resolveu guardá-lo todo esse tempo e o mundo só tomou conhecimento da pérola por acidente: a casa do pescador pegou fogo e, ao vasculhar os escombros, ele encontrou o seu “amuleto” e resolveu entregá-lo para o centro de turismo.
Foi aí que o homem foi surpreendido com o valor da peça: 320 milhões de reais!
Segundo os responsáveis pelo centro, é bem possível que essa seja a maior pérola gigante natural do mundo, e ela deverá ficar em exposição no New Green City Hall, na cidade de Puerto Princesa.[1]

O perigo de não darmos valor a grandes coisas que estão bem diante de nós. Marcos está começando seu evangelho demonstrando que a vinda de Jesus é um grande acontecimento.
  
·         Principio do evangelho:
1.      Principio:
a)      Principio do que Jesus fará: O livro todo relata o evangelho de Jesus Cristo, que provém dele. Mas o principio da boa noticia que vem de Jesus refere-se a como começou o evangelho que foi trazido por Jesus, a partir de João Batista até a tentação de Jesus no deserto.  Isto é, aquilo que é  relatado nos v. 2 – 13, como um pano de fundo de todo o evangelho.  (V. 2 – 8: João Batista abrindo caminho para a chegada do Cristo. V. 9 – 13: O Cristo iniciando seu ministério).
A este argumento Hendriksen argumenta, que Pedro pregando na casa de Cornélio (de quem Marcos aprendeu sobre a vida de Jesus) começou  falando de João Batista antes de falar sobre Jesus  (At. 10. 34 – 43, ver 37). (Hendriksen, p. 49).

2.      Do evangelho
a)      Para gregos e  romanos: O termo Grego euanggélion  ("evangelho") tinha um tom alegre, pois estava associado à proclamação de um comunicado político ou de uma vitória militar que resultara em benefícios para muitas pessoas. Sob essa perspectiva, o "evangelho" alerta os leitores ao anúncio de um evento histórico que trará resultados benéficos para a humanidade. (Mulholland, p. 19).
b)     Para judeus: [evangelho] palavra tem um significado profético para aqueles familiarizados com o Antigo Testamento. Isso lembra a promessa de boas novas (Is 61.1 s), renovando a esperança de que, por meio do seu servo ungido, o Espírito do Soberano Deus proclamará a libertação dos oprimidos (cf. Lc 4.17ss). Ele traz a segurança de que Deus está presente (Is 40.9), e está no controle (Is 52.7). (Mulholland, p. 19)

3.      Do homem-Deus
a)      Jesus Cristo, o homem escohido: No princípio de seu Evangelho, Marcos une os dois termos Jesus Cristo. Tendo declarado que Jesus é o Cristo, o Messias prometido por Deus por intermédio dos antigos profetas.. (Mulholland, p. 20)

b)     O filho de Deus: Jesus é chamado o Filho de Deus.
·         Pelo próprio Deus (no princípio 1.11, e perto do meio do livro, 9.7), e
·         Por um homem, o centurião encarregado da Crucificação (perto do final dolivro, 15.39).
·         Ele é o Filho de Deus. Isso é afirmado muitas vezes, de modo a sublinhar sua importância.
·         E ao longo do livro de Marcos as obras de Jesus atribui a ele divindade.
·         O restante das Escrituras apontam para o fato que Jesus é o filho de Deus. (Is 9.6; Mt 28.18; Jo 1.1-4; 8.58; 10.30, 33; 20.28; Rm 9.5; Fp 2.6; Cl 1.16; 2.9; Hb 1.8; Ap 1.8).

·         O anuncio da chegada de um soberano: Jesus será apresentado ao longo do evangelho, como o poderoso filho de Deus, totalmente homem, mas também totalmente Deus.  Ao iniciar o seu relato Marcos inicia com um anuncio real transmitido por um batedor oficial:
Quando um rei está para chegar, normalmente se faz preceder de um mensageiro. A função do mensageiro é a de preparar o caminho para o rei, e proclamar sua vinda ou chegada.  (Hendriksen, p. 48)

1.      A vocação de João Batista: João era filho de Zacarias, um sacerdote. Zacarias era um homem idoso, casado com Isabel, prima de Maria, e não tinham filhos. Deus promete dar um filho a Zacarias e Isabel e esse menino precederia ao Senhor na salvação que traria ao povo (Lc 1. 17,  76 – 77).
2.      João aparece logo no inicio  do relato de Marcos: Diferente de Mateus e Lucas, Marcos inicio o seu relato a partir do ministério de João Batista, assim como o faz João após um prólogo.
a)      Mateus começa a sua história com uma lista dos ancestrais, a concepção, o nascimento e a nomeação de Jesus.
b)      Lucas (após uma introdução dedicatória) começa com uma narração do nascimento de João Batista.
c)      João, por seu turno, começa com a lembrança de que “o Verbo”, isto é, Jesus Cristo, já existia “no princípio”, ou seja, por toda a eternidade, e tornou- se encarnado.
3.      João registrado em Josefo: Josefo, historiador judeu que escreveu na segunda metade do primeiro século d.C., também se refere ao Batista. A referência que ele faz a João relaciona-se com uma descrição do governo de Herodes Antipas, que mandara matar o profeta. Josefo descreve João como personagem popular entre as massas, muito respeitado por sua piedade e seu forte apelo à retidão; esta evidência do impacto causado por João sobre a Palestina do primeiro século pode ajudar-nos a entender por que os evangelhos ligam o Batista a Jesus de modo tão explícito. (Hurtado, p. 26)

Portanto, marcos está dizendo que o aparecimento de João Batista prenuncia a chegada de um grande soberano, que iniciará uma grande conquista.

Vejamos como João Batista prepara o caminho para Jesus Cristo é o poderoso filho de Deus.

1)      JOÃO BATISTA MARCA O INICIO  DO MAIOR ACONTECIMENTO DA HISTÓRIA (V. 2 – 3)
a.      O principio, Profecia de Isaias: As profecias do AT testamentos apontavam para a redenção de Deus que viria para o seu povo. Hurtado comenta que a inserção das profecias servem para mostrar que Jesus e João Batista não surgiram do nada, mas foram pré-anunciados pelas profecias do AT, o que revelam claramente a continuidade da obra de Deus . (Hurtado, p. 24)
b.      Conduzindo para uma libertação maior : As profecias despertam expectativas dormentes por muito tempo. Juntos eles dizem: "Deus está para agir". Conseqüentemente, aparece Jesus. (v.9).
                                                              i.      Citando as profecias: Marcos ligou Êxodo 23.20, conforme expresso em Malaquias 3.1 e Isaías 40.3.
a.      Êxodo 23. 20: O povo de Israel foi liberto do Egito e Deus promete conduzir o seu povo durante a sua caminhada até chegar a terra que lhes havia prometido. Vencendo os inimigos em suas batalhas, concedendo fertilidade e exapandindo cada vez o seu território. (Ex 23. 20 – 33)
b.      Isaias 40. 3: 800 anos após o povo de Israel ter saído do Egito, eles estavam cativos na Babilônia. Mas Deus, depois de haver purificado o seu povo, promete que os conduzirá novamente para a terra prometida, iniciando um novo e grandioso momento para o povo.  Na profecia de Isaías fala de uma voz. (Is 40. 1 - 12)
                                                                                                  i.      Voz do que clama o deserto: O próprio João Batista se identifica como sendo a voz do que clama no deserto, quando questionado que ele era. (Jo 1. 23).
                                                                                                 ii.      Deus clama no deserto e sua voz é João Batista.
c.       Malaquias 3. 1 – O povo já está na terra de Israel a cerca 100 anos depois de ter voltado do cativeiro da Babilonia. Mas Deus ainda está falando de um novo tempo e da necessidade de se santificar para esse tempo, que será de juízo e purificação. E esse tempo será iniciado quando um mensageiro vier.
                                                                                                  i.      Preparai o caminho  e Endireitem o caminho: Significava que aquilo que era indigno de Deus deveria ser retirado da vida deles, para se prepararem para receber ao Senhor.
c.       Deus iniciou o grande acontecimento na história da humanidade:
1.      Deus aponta para um resgate maior do que o do Egito e da Babilônia.
2.      Deus conduzirá o seu povo para uma nova Canaã celestial.
3.      Deus iniciará um juízo mais severo o qual jamais foi visto.
4.      Deus purificará o seu povo de uma forma perfeita e eterna.
Aplicação
·         O maior acontecimento da sua vida é a vinda de Cristo? É por esse acontecimento que todas as demais coisas ganham sentido real?

2)      JOÃO BATISTA DENUNCIA O MAIOR PROBLEMA DA HUMANIDADE (V. 4 – 5)
O local, a mensagem, o sinal e a resposta do povo diante de João, apontam para a principal barreira do ser humano para aproximar-se diante de Deus.
a.      O Deserto, um cenário de provação: Apareceu João batizador no deserto (v. 4): Apesar de já sabermos de quem  Marcos está falando, ele revela o nome de João apenas aqui no v. 4., dizendo que apareceu João, aquele que batizava, no deserto.
                                                              i.      O deserto da Judéia: Hendriksen descreve essas terras como: “um termo que indica as terras ruins e ondulosas localizadas entre o lado ocidental das montanhas da Judéia e o Mar Morto, e a parte oriental do baixo Jordão, descendo do norte até o ponto onde o Rio Jaboque desagua no Jordão. É, realmente, uma desolação, com uma vasta extensão de terra ondulada e infrutífera. O solo é formado por rochas porosas e de pouca resistência e coberto com ervas daninhas, pedras e rochas. De vez em quando pode se ver um pouco de vegetação, com serpentes rastejando por debaixo dela.” (Hendriksen, p. 54)
                                                            ii.      Um novo êxodo: O deserto lembra a experiência de Israel quando, livres da escravidão do Egito, os israelitas foram disciplinados por Deus na preparação para a entrada na terra prometida. Agora Deus está começando um novo Êxodo. Separando-se da vida religiosa fácil e institucionalizada, multidões vão ao deserto para ouvir a João. (Mulholland, p. 22).
b.      O batismo, um sinal de purificação: João batizador (v. 4): João traz um sinal conhecido naqueles dias, praticado por diversos motivos. Mas todos apontavam para a necessidade do homem de ser purificado de suas impurezas morais.
                                                              i.      Batismo de prosélitos: Não era incomum o batismo com água, mas para prosélitos. Mas João está convocando  o próprio povo de Deus, filhos de Abraão para serem batizados, indicando que eles também deveria ter uma vida pura. 
Chamando os judeus, como indivíduos e como nação, para voltarem-se a Deus, João prega imersão (baptizon) como uma expressão do arrependimento. Como acontecia aos gentios, que eram batizados ao converterem-se ao Judaísmo, os judeus que confessam estar alienados de Deus são batizados por João. (Mulholland, p. 22).
                                                            ii.      Batismo dos esênios: A comunidade de Qunrã, contemporânea de João, tinha seus batismos de purificação. Mas pouco tem a ver com o batismo de João.
                                                          iii.      Rituais de purificação dos sacerdotes: Joachim Gnilka relaciona às purificações realizadas no templo. (Gnilka, p. 39)

c.       A proclamação, um chamado para arrependimento e perdão: pregando batismo de arrependimento e perdão de pecados (v. 4): A mensagem de João era compatível com as profecias sobre ele, ele estava endireitando as veredas, chamando a que o pecado fosse deixado para traz.
                                                              i.      Arrependimento (metanoia) mudança de mente e prática: Uma nova atitiude de mente e coração (metanoia). A palavra metanoia, denota uma mudança radical de disposição mental que conduz a uma mudança prática em todos os ambitos da vida. O evangelho de Lucas explica como deveria ser esse arrependimento segundo o próprio João Batista:
a.       Lc 3. 1-14: 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. 10 Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que havemos, pois, de fazer? ... 11 Respondeu-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo.  12 Foram também publicanos para serem batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos de fazer?  13 Respondeu-lhes: Não cobreis mais do que o estipulado. 14 Também soldados lhe perguntaram: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo. 
2.      Perdão de Pecados: Ao se arrependerem dos seus pecados João dizia que eles eram perdoados. Não apenas por serem batizados, mas segundo a promessa de que ao ser confessado os pecados somos perdoados (Sl 31; Jo 1. 29).

d.      A confissão de pecados, como sinal de arrependimento (v. 5): Uma vez que João pregava batismo de arrependimento de pecados, vemos que povo respondia à mensagem de João de maneira muito pratica.
                                                              i.      Avivamento na Terra da Judéia e Habitantes de Jerusalém: Depois de 400 anos o povo de Israel se viu diante de verdadeiro avivamento, mas diferente de qualquer haja havido antes. Hernandes Dias Lopes destaca como isso era um contraste com a frieza espiritual vivida pelos partidos e grupos daqueles dias que nada aportavam para uma verdadeira esperança para a salvação do povo de Israel (Lopes, p. 26).
                                                            ii.      Estavam sendo batizados: Uma demonstração visível do arrependimento.
                                                          iii.      Enquanto confessavam seus pecados: Uma demonstração audível do arrependimento. O tempo verbal da palavra confessar é o particípio, ou seja, Enquanto eram batizados concomitantemente confessavam os seus pecados.  
Aplicação
·         O principal problema da humanidade é o pecado, confessar o pecado e deixa-lo é a maior necessidade.
o   Três niveis da confissão: Barclay  diz que a confissão de pecados deve ser diante de três pessoas (Barclay, p. 18):
§  Alguém deve confessar-se a si mesmo. Forma parte da natureza humana que fechemos os olhos ao que não queremos ver, e sobretudo, por essa mesma razão, fechamos os olhos a nossos pecados. Alguém conta o primeiro passo de um homem para a graça. Não há ninguém no mundo que nos resulte tão difícil enfrentar como nós mesmos. E o primeiro passo para o arrependimento e para uma correta relação com Deus é admitir nosso pecado ante nossa própria consciência.
§  Deve-se confessar a todos aqueles a quem se ofendeu. Não valeria de muito dizer a Deus que lamentamos nosso passado, a menos que também vamos com as mesmas palavras a todos aqueles a quem tenho causar pena, ofendido ou machucado. É necessário eliminar as barreiras humanas antes de que caiam as barreiras que nos separam de Deus. Pode, com muita freqüência, ocorrer que seja muito mais fácil confessar um pecado a Deus que confessá-lo aos homens. Mas não pode haver perdão sem humilhação.
§  Deve confessar-se diante de Deus. O fim do orgulho é o princípio do perdão. Quando alguém diz: "pequei", é quando Deus tem a oportunidade de dizer: "Eu te perdôo." O homem que quer encontrar-se ante Deus em igualdade de condições não descobrirá o arrependimento, a não ser aquele que em humilde contrição e murmurando envergonhado diz: "Deus, tenha misericórdia por mim, pecador."

3)      JOÃO ANUNCIA A ALGUÉM MAIS O TODO-PODEROSO (V. 7 – 8)

a.       João, o Elias prometido: Para ressaltar a importância do que João estava fazendo, já no AT testamento se falava de um novo Elias que viria. João é esse novo Elias.
                                                              i.      Vestimentas de Elias: Marcos descreve propositadamente a comida que João comia e as roupas que vestia (v. 6), em termos que nos remetem à roupa de pelos e o cinto de couro de Elias.
a.       2 Rs 1. 8:  Eles lhe responderam: Era homem vestido de pêlos, com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tesbita.; (QuandoAcazias pergunta como era o homem que havia interceptado seus mensageiros que foram consultar aBaal-zebube)
b.      Parecia uma vestimenta típica dos profetas: (Zc 13.4).
                                                            ii.      Malaquias disse que o Dia do Senhor seria precedido pela vinda de Elias: 
a.       Ml 4. 5: Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR
                                                          iii.      Um anjo diz que João virá no poder e espirito de Elias:
a.      Lc 1. 13-17 : Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João. 14 Em ti haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento 15 Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno.16 E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.17 E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado.
                                                          iv.      O próprio Jesus diz que João Batista era o Elias:
a.      Mat 11:13-14: Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir.
b.      Mat 17:10-13 :  Mas os discípulos o interrogaram: Por que dizem, pois, os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? 11 Então, Jesus respondeu: De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas. 12 Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles.13 Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista.(Mc 9. 11 – 13)

b.      Um humilde Profeta do deserto: Mas a apesar da importância de João como precursor ele descrito em traços simples e humildes.  A descrição das vestimentas e alimentação ressaltam o fato de que João era uma pregação viva contra os excessos do pecado.
                                                              i.      A vestimenta simples: Uma vestimenta pratica para o deserto e simples como foi descrita por Jesus (Mt 11. 8).
                                                            ii.      A alimentação simples: A alimentação de João Batista consistia em mel silvestre e gafanhotos. O mel era facilmente encontrado no deserto debaixo das rochas ou entre as rochas (Dt 32. 13). Quanto aos gafanhotos para a civilização ocidental é algo estranho, mas era extremamente normal naquela região (até hoje) e permitido por Deus (Lv 11. 22).  Hendriksen cita um ditado latim; “De gustibus non dispuntandum est” (Gosto não se discute). (Hendriksen, p. 58). Gnilka argumenta que era apenas a refeição comum dos que habitavam no deserto. (Gnilka, p. 40)
c.       Importância x Humildade:
                                                              i.      A importância de João nos evangelhos: A importância da vinda de João é tão importante que foi registrada em todos os evangelhos. (Mt 3.1-12; Lc 3.4-18; Jo 1.6-8, 15-28). Há muitos acontecimentos no ministério de Jesus que são omitidos ou resumidos, mas o ministério de João é uma parte fundamental do que Cristo iria fazer, porque João prenunciava a vinda do novo tempo que viria.
                                                            ii.      João reconhece a sua indignidade: João não era digno de soltar as correias da sandália de Jesus.  João sabia exatamente qual era o seu lugar e sua importância, apesar de ser enviado como um profeta que prenunciava um grande acontecimento na história da salvação, João é humilde. (Jo 3. 30).
1.      Servos desatavam sandálias: Era um costume os escravos desatarem as sandálias de seus senhores depois que chegassem em casa, para lavarem os seus pés sujos da poeira e posteriomentes lavarem as suas sandálias (Lc 8. 44 – 46; Mt 3. 11
2.      Distinção entre “Discípulo” e “Servos”: tradição ensina que a diferença entre os dois é a seguinte: O discípulo estava pronto para fazer qualquer serviço para o seu mestre, que o servo humilde também realizava, com a exceção do desatamento das correias das sandálias. (Hendriksen, p. 59)
a.       João se considera menos que um servo  humilde, pois não tinha dignidade de fazer o mais humildes dos serviços prstados a um senhor.

                                  iii.      Jesus é o mais poderoso:
1.      Jesus batizará com o Espírito Santo: João fala do que Jesus fará com muito maior poder, do que apenas o sinal externo da regeneração, derramando água. Jesus derramará do Espírito Santo de uma forma nunca visto antes, dando cumprimento a salvação prometida desde Adão.
a.      Cumprimento da profecia de Joel e Ezequiel:
                                                                                                              i.      Jl 2.28 – 29: E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; 29 até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias. (Ver também: Ez 36.26s; Jr 31. 31 - 34)
                                                                                                          ii.      O Cumprimento no dia de Pentecostes:
2.      Porque Jesus batizaria com o Espírito Santo?:
a.      Porque o Espírito é o selo da promessa: O derramamento do Espírito sobre o seu povo, é o sinal de que a obra de Cristo na cruz, para nos livrar do pecado, foi aplicado ao crente que aguarda o seu resgate final.
                                                                                                                 i.      Ef 1. 13 – 14: 13 em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; 14 o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória. 
b.      Porque inicia um novo tempo de testemunho: Jesus  inauguraria um tempo o qual nunca havia sido visto anteriormente. O Espirito Santo derramado por Jesus capacitaria seus discípulos para serem suas testemunhas.
                                                                                                              i.      At 1. 8: mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.
Aplicação
·         Não podemos nos gloriar de forma alguma. Se João não vangloriou, como qualquer outra pessoa teria direito de se exaltar por ser usado por Deus. João Batista disse “Convém que Cristo cresça e eu diminua”
·         Curve-se diante de Jesus Cristo e reconheça que ele é Senhor. Muitos se curvam diante de homens, mas não se curvam diante de Jesus Cristo que é infinitamente mais poderoso.  

CONCLUSÃO
João Batista é o prenuncio de um grande acontecimento na história da humanidade. A entrada de Jesus Cristo na história é o maior acontecimento, porque é a expressão máxima do amor de Deus que resgata homens cativos em seus pecados. Diante de Cristo Jesus o que nos resta é nos prostrarmos diante dele e confessar que ele é o Senhor e nós somos seus humildes servos.

Bibliografia

BARCLAY, William. Marcos. 1974.
BRATCHER, Roberto G. e Vilson SCHOLZ. Comentários SBB para exegese e tradução - Marcos versículo a versículo. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
GNILKA, Joachim. El evangelio segun san Marcos. 4 Edicion. Vol. 1. Salamanca: Ediciones Sígueme, 1999.
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Marcos. Trad. Elias Dantas. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.
HURTADO, Larry W. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Marcos. Trad. Oswaldo Ramos. São Paulo: Editora Vida, 1995.
LOPES, Hernandes Dias. Marcos, o evangelho dos milagres. São Paulo: Hagnos, 2006.
MULHOLLAND, Dewey M. Marcos: Introdução e Comentário. Trad. Maria Judith Prado Menga. São Paulo: Vida Nova, 1999.